Higuaín

Higuaín não poderia ser outra coisa além de jogador de futebol. Ele seguiu os passos do pai, Jorge Higuaín, que passou pelos principais clubes da Argentina, como River Plate, Boca Juniors e San Lorenzo. E foi por causa da vida nômade de jogador que o atleta do Real Madrid nasceu em território francês, na cidade de Brest. Quando veio ao mundo, em 1987, o seu genitor jogava na França pelo Stade Brestois 29.

“Meu pai viveu muito no futebol e me antecipou todos os erros que cometeu para que eu os evitasse. Foi um diferencial que tive na carreira”, disse certa vez Gonzalo Higuaín.

As raízes futebolísticas são ainda maiores porque o irmão mais velho Federico Martín Higuaín também está envolvido no esporte, pois atua como atacante no Godoy Cruz de Mendoza, time da primeira divisão da Argentina. El "Pipita", como é conhecido o atacante do Real, se destaca por sua ótima finalização e velocidade com a bola nos pés, além de passes precisos.

Higuaín começou a se destacar no River Plate em 2005. Mas o seu auge na equipe portenha aconteceu na temporada seguinte, quando o clube chegou às semifinais da Libertadores da América. O jogador ficou marcado na memória da torcida corintiana por seu desempenho impecável na vitória por 3 a 1 que eliminou os paulistas da competição continental nas oitavas de final. O então camisa 9 fez dois gols na partida no Pacaembu.

Eleito a “Revelação Esportiva do Ano” ao ser o goleador do River no Torneio Apertura, Higuaín foi contratado pelo Real Madrid. A equipe espanhola pagou 36,5 milhões de euros para ter o atacante junto com o volante Fernando Gago, que defendia o Boca Juniors.

O primeiro gol com a camisa merengue foi justamente no clássico madrileno com o Atlético de Madri. Mas ele já havia demonstrado ser uma atleta decisivo no clássico entre River e Boca. No seu primeiro superclássico argentino, ele fez dois gols na vitória dos Millonários. À época, Passarela não poupou elogios ao dizer que Higuaín estava "destinado a ser uma estrela do futebol".

A trajetória na seleção argentina começou tarde. O atleta chegou a recusar duas convocações. Na primeira, ele fora chamado para defender a equipe juvenil argentina, mas declinou porque temia perder a cidadania francesa se aceitasse jogar pelo país sul-americano. A ausência do passaporte europeu poderia dificultar uma futura transferência à Europa.

No fim de 2006, outro não. Mas desta vez a negativa foi a Raymond Domenech, que o chamou para o amistoso da França com a Grécia. O período de incerteza, no entanto, se encerrou em janeiro de 2007, quando o atacante revelou a sua afeição pela Argentina. "É uma escolha do meu coração". A declaração de amor só veio depois de descobriu uma brecha na legislação que o permitiu manter a cidadania argentina e o passaporte comunitário.

A primeira partida pela Argentina foi no time sub-23, no amistoso contra a Guatemala. Ele fez dois gols pela equipe dirigida pelo técnico Sergio Batista. Mas acabou ficando fora dos Jogos Olímpicos de Pequim-2008. Só voltou a ser lembrado em outubro de 2009, quando Maradona o chamou para os jogos das eliminatórias contra o Peru e Uruguai.

Apesar de todo o seu valor, Higuaín mais uma vez terá que mostrar o seu valor. Depois de ganhar a briga com Benzema pela vaga de titular no Real Madrid – o ex-jogador do Lyon foi contratado a peso de ouro pelos espanhóis -, o atacante argentino foi apontado como o culpado pela queda do time da capital da Espanha na Liga dos Campeões pelo excesso de individualidade.