Queixas de jogadores contra "Professor Pardal" Maradona começam a aparecer

A passagem de Diego Maradona pelo comando da seleção argentina na Copa do Mundo da África do Sul expôs uma equipe com excessivas variações, improvisações e deixou jogadores sobrecarregados com a marcação, o que acabou por causar queixas dos próprios comandados pelo ex-jogador argentino após a eliminação com goleada por 4 a 0 para a Alemanha nas quartas de final.

Sem embasamento tático, Maradona usou a motivação para tentar levar seus jogadores adiante e armou um time em função de Lionel Messi, privilegiando a força ofensiva e com a marcação sobrecarregada no único volante levado para a África do Sul, o ex-corintiano Javier Mascherano.

Outro jogador que teve de acumular funções foi o meia-atacante Angel Di Maria, que precisou marcar pela esquerda e tentou segurar os contra-ataques sofridos pela equipe que tinha um ataque formado por Messi, Tévez e Higuaín.

“Não foi nada bom o meu Mundial, não fiz as coisas que vinha fazendo. É uma posição diferente, sabia que estava mais para defender do que atacar, como estou acostumado. Daqui para frente vou treinar mais nessa posição. Não me senti tão cômodo porque quase nunca joguei assim. Tive que aprender a defender e acredito que não pude fazer bem. Não rendi bem para nada e estou insatisfeito com o meu jogo no Mundial”, reclamou Di Maria em entrevista ao jornal argentino Olé.

Como Diego Maradona não optou por laterais de origem em sua convocação e também deixou de fora os volantes marcadores Cambiasso e Zanetti, jogadores como Otamendi, Burdisso, Jonas Gutierrez e Maxi Rodriguez também tiveram que mudar suas posições durante as partidas da Argentina na Copa do Mundo.

Jonas Gutierrez começou o Mundial como titular da lateral-direita, mas também atuou como volante. Burdisso entrou também na lateral-direita contra Nigéria e Grécia, mas ficou como zagueiro após a lesão de Samuel. O zagueiro Otamendi também foi experimentado na lateral-direita, enquanto o meia Maxi Rodriguez chegou a jogar como volante e terminou a partida contra a Alemanha na lateral-direita aós a posição ter ficado vaga durante alguns momentos e ter facilitado para o ataque alemão.

Verón foi outro que ficou insatisfeito com a escalação argentina e, ao invés de atuar pelo meio, teve de cair pelas laterais do campo para tentar se aproximar de Lionel Messi, o que rendeu críticas do pai de Verón e a especulação de um atrito entre o jogador e Maradona de acordo com a imprensa argentina.

“Não sei porque foi para a seleção. Não entendo porque foi chamado por Maradona, porque Sebastián não é um jogador que se mova pelos lados. Com o sistema que estava jogando a seleção, Sebastián não poderia jogar”, afirmou o pai de Verón em entrevista à rádio Brisas, de Mar del Plata, na Argentina.

“[Contra a Alemanha] se via que não era uma partida para Sebastián, porque ele não é um jogador para se colocar fixado em uma das laterais, é um jogador com muita mobilidade no meio. Pela forma como vimos a Argentina na estreia, parecia que as coisas poderiam sair bem. Sebastián comandou a equipe desde o meio-campo com experiência e capacidade, como faz no Estudiantes”, completou Juan Ramón.

Apesar do trabalho de um “professor pardal” e as reclamações dos jogadores argentinos, Diego Maradona ainda tem o apoio dos próprios atletas para seguir no cargo de treinador.

“Assim como vêm dizendo todos os jogadores, espero que ele tome a melhor decisão e se puder, quero que fique”, completou Angel Di Maria.

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