Neeskens

Neeskens despontou para o futebol profissional em 1969, quando ainda jogava no modesto Heemstede, equipe de sua cidade natal. Na época, atuava como lateral-direito e tinha grande capacidade física, mas já mostrava qualidade técnica e habilidade no passe.

O seu futebol chamou a atenção do técnico Rinus Michels, do poderoso Ajax, que pediu a sua contratação aos dirigentes do clube. Em 1971, participou da conquista do título da Copa dos Campeões da Europa, conquistando um lugar no time titular graças a sua enorme versatilidade, já que jogava tanto no meio como na defesa.

Em pouco tempo, se tornou peça fundamental no time do Ajax que ganhou tudo na primeira metade da década de 70. Foi bicampeão holandês, bicampeão da Copa da Holanda e tricampeão da Copa dos Campeões da Europa. Na decisão do Mundial Interclubes de 1972, marcou um dos gols do título.

Mesmo sem ser um artilheiro, Neeskens dava sorte em jogos decisivos. Na final da Copa do Mundo de 1974, abriu o placar para a Holanda no primeiro minuto de jogo, em cobrança de pênalti. Ele não ganhou o título, mas a boa atuação no torneio chamou a atenção do Barcelona.

Em cinco anos no clube catalão, jogou 232 partidas, marcando 57 gols. Sua atuação mais marcante aconteceu na final da Recopa Europeia de 1979, quando ajudou o Barcelona a bater o Fortuna Dusseldorf. Logo após a conquista, porém, entrou em atrito com os dirigentes espanhois, que rescindiram seu contrato mesmo diante dos protestos da torcida.

Perto de completar 30 anos, Neeskens seguiu os passos de vários outros craques da época e foi jogar nos Estados Unidos, onde defendeu o Cosmos de Nova York. Foi campeão norte-americano em 1980. Dois anos depois, já sem o mesmo brilho, voltou a jogar no Ajax.

Neeskens ainda passaria por Groningen, Fort Lauderdale (EUA), Baar (SUI) e Zug (SUI), antes de encerrar a carreira aos 40 anos. Jogou 49 partidas com a camisa laranja da seleção holandesa, marcando 17 gols.

Em seguida, iniciou a carreira de auxiliar técnico, função que exerceu na Copa do Mundo de 1998 pela Holanda, então comandada por Guus Hiddink. A equipe foi eliminada na semifinal para o Brasil, nos pênaltis.

Em 2000, assumiu o modesto time do NEC e o levou à Copa da Uefa. Em 2005, foi convidado por Hiddink para voltar a trabalhar ao seu lado, pela seleção da Austrália, que garantiu a classificação para a Copa do Mundo de 2006 quebrando um jejum de 32 anos. Os australianos, sem tradição no futebol, se tornaram uma das maiores surpresas do Mundial, chegando até as oitavas-de-final.

Depois do Mundial, Neeskens voltou ao Barcelona para desempenhar a mesma função exercida na seleção da Austrália, como auxiliar técnico do conterrâneo Frank Rijkaard. A dupla foi dispensada em 2008, depois de duas temporadas fracassadas.

No ano passado, voltou a ser auxiliar de Rijkaard, que assumiu o Galatasaray, da Turquia.