Conselho europeu pressiona presidente da Fifa a explicar subornos de Havelange e Teixeira

Do UOL, em São Paulo

13/07/201209h39

EFE/Mario Ruiz

Dirigente já admitiu que sabia de esquema de corrupção quando era secretário da Fifa

Um Conselho formado por 47 nações europeias interrogará o presidente da Fifa, Joseph Blatter, sobre a comprovação de suborno envolvendo João Havelange e Ricardo Teixeira com a empresa ISL na década de 90. Os políticos europeus querem saber por que Blatter se omitiu em meio ao escândalo dentro da Fifa e não tomou ações punitivas contra os dois ex-dirigentes brasileiros.

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Na época, Blatter era secretário-geral da Fifa, então presidida por Havelange. O Conselho europeu questiona Blatter, já que ele tinha um cargo abaixo apenas da presidência.

Blatter revelou nesta semana que sabia do esquema fraudulento dentro da entidade.

"Se os gestores da FIFA, incluindo o seu presidente atual, estavam cientes destes subornos, eles deveriam ter feito tudo ao seu alcance para perseguir, ao invés de proteger os envolvidos", declarou o político francês François Rochebloine.

"Quando, exatamente, ele tomou conhecimento de tais pagamentos? Por que a Fifa escondeu algo errado e deixou de tomar medidas contra os seus autores? E, principalmente, quais os procedimentos que ele vai tomar agora para impedir que isso aconteça de novo? ", acrescentou o político francês.

A Justiça suíça divulgou o dossiê que condenou Ricardo Teixeira e João Havelange por terem recebido propina da ISL, agência de marketing esportivo ligada à entidade, de 1992 a 2000. Em troca, a empresa teria o direito de transmissão da Copa de 1994. Ao todo, eles receberam cerca de 21,94 milhões de francos suíços (R$ 45 milhões).

Além disso, eles tiveram de pagar 5 milhões de francos suíços (R$ 10,4 milhões) para manterem o caso em sigilo há dois anos.

O atual presidente da Fifa disse na quinta-feira que é o "P1", personagem anônimo do dossiê divulgado pela Justiça suíça.

Então secretário-geral da entidade, ele tinha conhecimento das comissões que João Havelange e Ricardo Teixeira recebiam, mas alegou que não podia fazer nada na época, por não ter provas de que eram ilegais.

Joseph Blatter