Harkes

John Harkes foi um dos primeiros grandes ídolos do futebol nos Estados Unidos, país de pouca tradição neste esporte. Nascido em 1967 na cidade de Kearny, o "capitão para toda a vida" - como é chamado pelos torcedores norte-americanos por ter comandando o time durante toda a década de 90 - disputou as Copas de 1990 e 1994 e acumulou 90 partidas pela seleção nacional.

Harkes começou sua carreira como quase todo jogador dos Estados Unidos, ou seja, disputando torneios universitários, em Virgínia. Nessa época, ele era colega de outros jogadores que também viriam a se destacar na seleção, como Tab Ramos e Tony Meola.

Em 1990, o meia deixou o país para jogar no futebol europeu. O destino foi o Sheffield Wednesday, onde atuou por quatro temporadas. Ainda na Inglaterra, defendeu o Derby County e o West Ham antes de voltar aos Estados Unidos, em 1996.

Em seu primeiro ano como capitão do DC United, conquistou o título da MLS (Major League Soccer, a divisão principal) e também a US Open Cup (a copa nacional). Harkes voltou a ser campeão nacional no ano seguinte e, em 1999, transferiu-se para o New England Revolution, onde jogou até 2001, quando acertou com o Columbus Crew.

O eterno capitão jogou pela seleção pela primeira vez em março de 1987, em uma partida contra o Canadá. Além disso, ele disputou as Olimpíadas de 1988 em Seul e marcou seu primeiro gol no ano seguinte, contra a Coreia do Sul.

Harkes foi titular nas três partidas da primeira fase dos Estados Unidos na Copa da Itália, em 1990, e repetiu a dose em 1994, em seu país. Foi dele o cruzamento que resultou no gol contra do zagueiro colombiano Escobar, que seria assassinado ao chegar de volta à Colômbia.

Por acúmulo de cartões amarelos, o meia não chegou a enfrentar o Brasil pelas oitavas-de-final da competição. Semanas antes do Mundial da França, em 1998, Harkes foi cortado por Steve Sampson, então técnico da seleção, que deixou mistério no ar ao alegar “problemas de liderança”.

O caso foi um incentivo para Harkes publicar uma autobiografia em 1999, escrita em parceria com Denise Kierman. No livro, o jogador criticou duramente Sampson pelo episódio. No início de 2010, Sampson revelou que o corte teria sido motivado por um suposto caso entre Harkes e a esposa de Eric Wynalda, que também compunha o grupo.

O meia voltou à seleção com Bruce Arena, e chegou a jogar a Copa das Confederações em 2000. Harkes anunciou sua aposentadoria em 2003, e tentou as carreiras de assistente técnico e comentarista de TV, sem permanecer por muito tempo em nenhum delas.