Gaetjens

Joseph Édouard Gaetjens
Gaetjens
Data de Nascimento19/03/1924
NacionalidadeNorte-americana
Local de nascimentoPorto Príncipe (HAI)
Altura
Peso
Participações em Copa1 (1950)
Título em Copa

História

Clubes por onde passou
  • L'Etoile Haitienne (HAI): 1938 - 1947
  • Brookhatten (EUA): 1947 - 1950
  • Racing Paris (FRA): 1950 - 1953
  • Troyes (FRA): 1952 - 1954

Joe Gaetjens foi o grande personagem de uma das maiores zebras de todas as Copas do Mundo. Em 1950, os Estados Unidos fizeram 1 a 0 sobre a Inglaterra no estádio Independência, em Belo Horizonte (MG).

Aos 37min do primeiro tempo, o pequeno atacante deu um vôo para chegar de cabeça antes do goleiro inglês numa bola cruzada. Ele conseguiu, mas caiu de cara no gramado e nem viu a bola entrar no gol.

Os EUA haviam levado uma seleção basicamente de amadores, montada em cima da hora para a Copa, com direito a convocação de atletas que tinham empregos de caminhoneiro, motorista de carro funerário e mecânico.

O gol de Gaetjens, que saiu de campo carregado em triunfo pelo público mineiro, pareceu um absurdo para os criadores do futebol, que faziam sua primeira aparição em Copas. Em um jornal inglês, um redator achou que o telex informando o resultado "Inglaterra 0 x 1 EUA" chegara com um erro de digitação.

Ele mesmo "corrigiu o engano" e a notícia foi publicada como "Inglaterra 10 x 1 EUA", placar que, em tese, fazia mais sentido. O detalhe é que Gaetjens entrou para a história do futebol local sem nunca ter sido cidadão norte-americano.

Filho de um belga com uma haitiana, ele nasceu em Porto Príncipe e começou cedo no futebol. Aos 14 anos, já atuava pelo L'Etoile, clube da capital do Haiti. Em 1947, Gaetjens viajou para Nova York para estudar contabilidade na Universidade de Columbia. Lavou pratos num restaurante cujo dono arrumou para ele uma vaga no time do Brookhatten, que disputava a Liga Americana de "soccer".

Gaetjens se firmou na equipe e foi artilheiro do campeonato norte-americano em 1949. Porém, só foi chamado para a seleção dos Estados Unidos semanas antes da Copa (as normas da época permitiram que ele jogasse sem se naturalizar).

Além de duas partidas contra combinados, Gaetjens só disputou três jogos oficiais pelos Estados Unidos - exatamente os três da Copa de 1950. Em 1953, ele ainda defenderia a seleção do Haiti em uma oportunidade.

Logo após a Copa de 1950, Gaetjens se mudou para a França para jogar pelo Racing Club de Paris e, depois, pelo Troyes, da 2ª divisão. Voltou para o Haiti em 1954 para trabalhar nos negócios de sua família.

Joe nunca se envolveu com política, mas sua família era ligada a Louis Dejoie, rival de François "Papa Doc" Duvalier nas eleições presidenciais de 1957. "Papa Doc" venceu, implantou uma ditadura brutal e perseguiu os parentes do ex-jogador.

A família preferiu deixar o país, mas Joe quis ficar, já que não era engajado e achava que não teria problemas. Ele se enganou: em 8 de julho de 1964, dois "tonton macoute" (a violenta equipe de repressão do ditador Duvalier) prenderam Gaetjens e o levaram para a delegacia central de Porto Príncipe.

Gaetjens nunca mais foi visto com vida e sua família estima que ele tenha sido executado três ou quatro dias depois de sua detenção clandestina. Em 1976, Gaetjens foi um dos primeiros indicados para o Hall of Fame do futebol dos EUA.

Em 1997, o Haiti (já livre das ditaduras de "Papa Doc" e de seu filho e sucessor "Baby Doc") lançou um selo em homenagem ao ex-jogador.

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