Zubizarreta

Recordista de jogos com a camisa da seleção da Espanha (126 partidas, com 107 gols sofridos), Adoni Zubizarreta nasceu no País Basco e começou a jogar no Arechavaleta, pequena equipe da região. Seu primeiro time profissional foi o Alavés, onde estreou em 1979. Após duas temporadas, foi jogar no Athletic Bilbao, principal clube basco.

Titular da equipe comandada por Javier Clemente, Zubizarreta foi um dos responsáveis pela fase áurea do Athletic, ajudando o clube a conquistar o bicampeonato do Espanhol (1983 e 1984), um título da Copa do Rei (1984) e uma Supercopa da Espanha (1985). Nessas campanhas, se destacou por sua liderança, boa colocação e tranquilidade nas saídas do gol.

Essas qualidades o levaram à seleção espanhola. Seu primeiro jogo pela "Fúria" foi em janeiro de 1985, em uma vitória por 3 a 1 sobre a Finlândia. Atuou como titular em todas as cinco partidas da Espanha na Copa do México, em 1986, mas não evitou a derrota nos pênaltis para a Bélgica nas quartas de final.

Depois do Mundial, o Barcelona pagou US$ 3,5 milhões - valor recorde para um goleiro na época - para tirá-lo do Athletic. Seu começo no clube catalão, porém, não foi nada fácil. Zubizarreta precisou tomar a posição de Urruti, ídolo da torcida, e só deu certo devido à confiança do técnico inglês Terry Venables. Já na temporada 1986/1987, ganhou o Troféu Zamora, que premia o goleiro menos vazado do Espanhol.

Os oito anos que passou no Barcelona, muitos deles como capitão, marcaram uma das maiores fases do clube, por onde passaram o técnico holandês Johan Cruyff e craques como Bakero, Koeman, Laudrup, Stoichkov, Guardiola e Romário. Dentre tantas estrelas, Zubizarreta brilhou com um estilo sóbrio, demonstrando grande caráter e personalidade.

Seu ponto mais fraco era o jogo com os pés, o que dificultou muito sua vida com a adoção do estilo ofensivo de Cruyff, que frequentemente deixava a defesa desprotegida, obrigando-o a ficar mais adiantado. Mesmo assim, o Barcelona ganhou, entre outros títulos, quatro do Espanhol e um da Liga dos Campeões da Europa, o primeiro da história do clube.

Nesse período, defendeu a Espanha na Eurocopa de 1988 e nos Mundiais de 1990 e 1994, sem conseguir levar o país a uma posição de destaque. No mesmo ano da Copa dos Estados Unidos, o Barcelona perdeu para o Milan na final da Liga dos Campeões da Europa por 4 a 0, e Zubizarreta foi considerado um dos culpados pelo resultado.

Magoado, o goleiro aceitou uma proposta do Valencia e saiu pela porta dos fundos. Ficou mais quatro temporadas na equipe, pela qual disputou sua última partida em 1998. Foi o primeiro jogador na história a atuar por mais de 50 mil minutos na primeira divisão do Campeonato Espanhol, num total de 622 partidas.

Despediu-se da seleção espanhola e do futebol durante a Copa da França, fazendo seu último jogo na vitória da "Fúria" sobre a Bulgária por 6 a 1. Apesar do resultado, os espanhois não passaram da primeira fase. Uma despedida melancólica para o goleiro, que jamais foi campeão por seu país.

Depois disso, Zubizarreta foi diretor esportivo do Athletic de Bilbao por três temporadas. Atualmente, é comentarista de futebol e sócio de uma empresa de marketing.