Luís Enrique

Luis Enrique é um dos poucos jogadores na história a fazer sucesso nos dois maiores clubes da Espanha. Primeiro, brilhou no Real Madrid. Depois, trocou os merengues pelo arquirrival Barcelona, onde se aposentou e é idolatrado até hoje.

Seu primeiro contato mais "sério" com a bola foi aos 11 anos de idade, quando ingressou na Escuela de Mareo. Quatro anos depois, ele foi dispensado pelos técnicos do time e foi parar no juvenil do La Braña, onde permaneceu até os 18. Foi quando o Sporting Gijón, principal clube da cidade, decidiu contratá-lo para sua filial, que disputava a terceira divisão do Campeonato Espanhol.

Ainda jogando como atacante, estreou na elite do futebol do país em setembro de 1989, em uma derrota para o Málaga (1 a 0). Sua "explosão" aconteceu na temporada seguinte, quando marcou 14 gols no campeonato, classificando o Sporting para a Copa da Uefa ao fazer o gol da vitória sobre o Valencia, fora de casa, na última rodada.

Esse desempenho despertou o interesse de outras equipes maiores. O Real Madrid foi mais esperto e levou o jogador em 1991 por 250 milhões de pesetas. No mesmo ano, fez sua primeira partida pela seleção da Espanha em uma derrota por 2 a 0 para a Romênia. Em 1992, alcançou a maior glória de sua carreira na "Fúria" ao conquistar a medalha de ouro olímpica em Barcelona.

Em meio a muitas estrelas consagradas no clube, entretanto, Luís Enrique não conseguiu garimpar seu espaço no ataque do Real Madrid, sendo escalado frequentemente como lateral-esquerdo ou meia-direita. Mesmo assim, ele conseguiu um lugar na seleção espanhola que foi ao Mundial dos Estados Unidos.

Jogou quatro partidas como titular e fez um gol, mas seu momento mais marcante no torneio foi ter sofrido uma agressão do italiano Tassotti durante duelo válido pelas quartas de final. O lance aconteceu dentro da área e, apesar de ver o sangue escorrendo pelo rosto do espanhol, o árbitro nada marcou. A Espanha perdeu por 2 a 1 e foi eliminada.

No início da temporada 1996-1997, já atuando mais como meia ofensivo, Luís Enrique não teve seu contrato renovado pelo presidente Lorenzo Sanz e transferiu-se para o Barcelona. Logo em seu primeiro ano na Catalunha, marcou 17 gols e ajudou o clube a ganhar a Copa do Rei.

Na temporada seguinte, sob o comando do holandês Louis Van Gaal, Luís Enrique foi ainda melhor, balançando as redes adversárias 18 vezes e ajudando o Barcelona a faturar o Campeonato Espanhol, além do bi da Copa do Rei. Carimbou assim seu passaporte para a Copa da França, onde marcou um gol, mas não se livrou da vexatória eliminação na primeira fase.

No início de 2000 sofreu uma grave contusão, que o tirou da Eurocopa. Dois anos depois, voltou a defender a seleção espanhola em um Mundial, novamente como reserva. O time fez boa campanha e chegou até as quartas-de-final, mas acabou eliminado nos pênaltis pela Coreia do Sul após ter dois gols legítimos anulados.

Luís Enrique disputou sua última partida como profissional em 16 de maio de 2004, diante do Racing Santander. Como homenagem, ele começou o jogo como titular e foi substituído por Overmars no início do segundo tempo, recebendo a devida ovação por parte da torcida catalã. Aposentado, foi morar na Austrália, onde se dedicou a outra paixão esportiva: o surfe.

Além disso, o ex-meia se dedicou às maratonas, e participou de competições do tipo em Nova York, Amsterdã e outras cidades até 2008. Na ocasião, Luis Enrique fechou com o Barcelona B para substituir Guardiola, que à época havia assumido o time principal, e está na equipe até hoje.