Sorín

Juan Pablo Sorín é bem diferente do típico atleta argentino que os brasileiros aprenderam a conhecer. Bem falante, simples e alegre, por pouco não se tornou radialista: chegou a ingressar num curso de jornalismo em Buenos Aires. Na época da faculdade, trabalhou em uma emissora de rádio, antes de optar pela carreira de atleta. Ganhou o futebol.

Sorín carrega na bagagem badalados títulos do futebol mundial. A rápida passagem pelo futebol italiano lhe rendeu a conquista da Liga dos Campeões da Europa, o mais cobiçado título do Velho Continente. Libertadores, Supercopa e conquistas nacionais completam o currículo do jogador, que chegou ao Cruzeiro no início de 2000 disposto a escrever seu nome na galeria de estrelas do clube.

E conseguiu o seu objetivo, ao se transformar ídolo da torcida celeste, conquistando títulos da Copa do Brasil, em 2000, e da Sul-Minas, em 2001 e 2002. A raça do jogador, associada à boa técnica e à capacidade de aparecer na criação das jogadas ofensivas e até mesmo na conclusão a gol.

Ao contrário do Cruzeiro, o argentino jogou pela meia-esquerda na seleção de seu país. Sem a obrigação de voltar para ajudar na marcação, costumava ser uma das principais armas do ataque do time. A boa participação nas eliminatórias sul-americanas à Copa da Ásia, em 2002, chamou a atenção de clubes europeus.

Deixou o Cruzeiro e foi defender a Lazio, da Itália. Em 2003, se transferiu para o Barcelona e de lá para o Paris Saint-German. Em 2004, retornou ao Cruzeiro, mas não se firmou e teve passagem modesta. O lateral argentino voltou à Europa e defendeu o Villarreal, da Espanha, entre 2004 a 2006. Do clube espanhol, Sorín se transferiu para o Hamburgo, do qual se desligou em julho de 2008, quando teve seu contrato, que iria até 30 de junho de 2009, rescindido.

A passagem do argentino pelo Hamburgo foi marcada por lesões, que fizeram com que Sorín disputasse somente 24 partidas pelo Campeonato Alemão e três pela Liga dos Campeões em dois anos. Em setembro de 2008, o lateral-esquerdo acertou o seu retorno ao Cruzeiro, assinando um contrato simbólico, para terminar o seu tratamento da cirurgia realizada no joelho direito.

Em 2009, voltou finalmente ao campo, mas fez poucas partidas, em função de outras lesões, menos graves, que dificultam uma sequência. Apesar de não jogar com a assiduidade que o torcedor desejava, o argentino não teve sua imagem de ídolo desgastada junto à torcida. Tanto é que ganhou um jogo de despedida no clube celeste em 4 de novembro de 2009. O time mineiro ganhou o amistoso com o Argentinos Juniors por 2 a 1, com mais de 42 mil torcedores no estádio Mineirão.