Felipão diz que Löw também resistiu a quedas e defende geração brasileira

Do UOL, em São Paulo

Em meio à busca por explicações sobre a derrota por 7 a 1 para a Alemanha, na última terça-feira, em partida válida pela semifinal da Copa de 2014, o técnico Luiz Felipe Scolari usou até o técnico rival para tentar amenizar o peso do revés, o pior da história da seleção brasileira. Em entrevista coletiva concedida nesta quarta-feira, o comandante da equipe sul-americana defendeu a atual geração nacional e rechaçou a existência de um problema de geração de talentos.

"Não esqueçam vocês que o Joachim [Löw, técnico da Alemanha], que vem desde 2006, vem trabalhando bem e chegando a semifinais, mas nunca venceu. Agora chegou a sua primeira final. É um trabalho de sequência. Eles vêm fazendo isso na Alemanha, seguindo e melhorando", disse Scolari.

Após ter construído carreira em clubes, Löw assumiu a Alemanha depois da Copa de 2006. Com ele, a seleção germânica parou nas semifinais do Mundial de 2010 e da Eurocopa de 2012. Ao contrário do que Scolari disse, o treinador da equipe europeia foi finalista da Eurocopa em 2008.

"A gente está muito mal acostumado a analisar apenas o resultado: o trabalho bom é o que vence. É evidente que os europeus em geral se preocupam muito mais com o trabalho de base. A Uefa tem feito um projeto muito bacana, que eu tenho acompanhado de perto, e tudo é uma sequência. O Joachim não tem um título, mas pode ganhar agora", afirmou Carlos Alberto Parreira, coordenador-técnico da seleção.

Ao tomar a Alemanha como exemplo, a comissão técnica da seleção brasileira aproveitou para defender a atual geração nacional. Assim como havia feito na terça-feira, Scolari usou como justificativa mais a falta de experiência do que a falta de qualidade.

"O Brasil revela bons jogadores. Nós também temos que entender que muitas das revelações iniciam aqui e vão para o estrangeiro rapidamente. Depois, só através de muita pesquisa e observação nós conseguimos saber que tem A, B ou C e que são brasileiros", lembrou Scolari. "Em outras oportunidades nós tínhamos mais jogadores ou um tipo de jogador com mais experiência maior, que podiam superar mais as dificuldades", completou.

A tese de Scolari é que o trabalho das categorias de base da seleção brasileira pode levar o time a um patamar similar ao atingido pela Alemanha, que disputou em 2014 a quarta semifinal consecutiva de Copa do Mundo.

"O nosso treinador [Alexandre] Gallo tem viajado o mundo atrás de revelações. Já foi campeão duas vezes em Toulon e está montando algo para o futuro. Talvez com ele nós possamos dar os primeiros passos para ter jogadores com mais experiência em uma próxima Copa do Mundo", concluiu o técnico da seleção principal.

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