"Tudo estava previsto, menos a vitória do Uruguai
"
Jules Rimet, presidente da Fifa, em seu livro 'La Histoire Merveilleuse de la Coupe du Monde'
"Tudo estava previsto, menos a vitória do Uruguai
"
Jules Rimet, presidente da Fifa, em seu livro 'La Histoire Merveilleuse de la Coupe du Monde'
Combinando chutes precisos e arrancadas sensacionais com a bola, o pernambucano Ademir Marques de Menezes, o "Queixada", foi o maior artilheiro da Copa de 1950. Com o primeiro do Brasil na vitória sobre a Espanha, em que a bola desviou em Parra antes de entrar, ele marcou no total 9 gols - recorde de um brasileiro na mesma Copa que persiste até hoje. Ademir só não marcou no empate por 2 a 2 contra a Suíça, ainda na primeira fase, e na fatídica derrota para o Uruguai na decisão da Copa do Mundo, no Maracanã.
Embora tenha perdido o título, o Brasil foi o grande time da Copa. As envolventes trocas de passes entre Zizinho, Ademir e Jair resultavam em goleadas, e o título parecia inevitável. Os jornais brasileiros davam a vitória como certa. Lembranças do "campeão" eram vendidas como água na porta do estádio. Cerca de 200 mil pessoas, no entanto, viram a inesperada derrota brasileira no Maracanã.
Se o Brasil tivesse sido campeão, ficaríamos em dúvida para escolher entre Zizinho, Ademir e Jair como o craque da Copa. Mas a vitória uruguaia não deixou espaço para discussões: o grande jogador do torneio foi o atacante uruguaio Ghiggia. Ele foi o único jogador da "Celeste Olímpica" a marcar gols em todos os jogos - fechou a goleada de 8 a 0 sobre a Bolívia na estreia, abriu o placar no empate por 2 a 2 diante da Espanha e fez o 1º uruguaio na vitória sobre a Suécia. O mais importante deles, porém, saiu da final contra o Brasil.
Então goleiro do Peñarol, Máspoli não atravessava um bom momento na carreira, mas mesmo assim foi escalado no lugar do titular Pereyra Nattero. Com grandes atuações e apenas cinco gols sofridos, ele não só fez os uruguaios esquecerem Nattero como foi eleito o melhor goleiro da Copa. Na final contra o Brasil, fez importantes defesas e garantiu o bicampeonato mundial para o Uruguai.
Mesmo sem jamais ter perdido um jogo de Copa do Mundo até então, a seleção uruguaia chegou ao Brasil desacreditada. Imprensa e torcedores não acreditavam na Celeste Olímpica, que já não exibia a mesma força do período anterior à Segunda Guerra Mundial. O técnico Juan Lopez foi contratado para dirigir a equipe apenas um mês antes da estreia. Mas a sorte estava ao lado dos uruguaios, que calaram o Maracanã na decisão e ficaram com a taça.
A poderosa Inglaterra foi surpreendida pelo futebol primário dos Estados Unidos em Belo Horizonte. Na única investida ao ataque no primeiro tempo, os norte-americanos marcaram - gol de cabeça do haitiano Gaetjens (que jogava com um visto provisório). Após o gol, a Inglaterra pressionou a meta rival, mas a bola insistiu em não entrar.
A Iugoslávia enfrentaria o Brasil pela primeira fase. Ao subir as escadas que dão acesso ao campo, o meia Rajko Mitic bateu a cabeça numa barra metálica e sofreu um corte profundo. Tentou ser atendido pelos médicos rapidamente, mas conseguiu entrar somente aos 10 minutos de jogo, com uma enorme bandagem na cabeça.
Abalada pela derrota histórica para os Estados Unidos, a Inglaterra deu adeus à sua primeira Copa na derrota de 1 a 0 para a Espanha no estádio do Maracanã. Mesmo desanimados, os inventores do futebol reclamaram de uma marcação polêmica do árbitro: um gol de Milburn anulado, que decretaria o empate.
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