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Destaque do Brasil, Lúcio não conseguiu repetir boas atuações contra a Holanda

02/07/2010 - 17h01

Badalada defesa brasileira fracassa em primeiro teste real na Copa

Alexandre Sinato, Bruno Freitas e Mauricio Stycer
Em Port Elizabeth (África do Sul)

Com o setor de criação dependente da recuperação de Kaká, a seleção brasileira tinha entre seus apostadores mais crentes a convicção de que a capacidade da defesa levaria a equipe até o fim na Copa. No entanto, a linha de trás mais badalada do Mundial fracassou em seu primeiro teste real no torneio, na derrota para a Holanda por 2 a 1, com erros incomuns na trajetória até a África do Sul.

MAIS DE HOLANDA 2 X 1 BRASIL

  • Flavio Florido/UOL

    HOLANDA 2 X 1 BRASIL Com dois gols de Sneijder (um deles dado para F.Melo, contra) a Holanda eliminou o Brasil. O time brasileiro saiu na frente, mas levou um gol e se descontrolou.

  • AFP/Jewel Samad

    FELIPE MELO, O VILÃO O volante deu passe para Robinho, mas falhou nos gols holandeses e ainda foi expulso. "Peço desculpas ao povo brasileiro".

  • AFP

    MAIS FALTAS, MENOS DESARMES Segundo as estatísticas do Datafolha, o Brasil mudou seu comportamento na derrota. Fez mais faltas do que nos jogos anteriores, e combateu menos no meio.

  • Reuters

    DE VOLTA NO SÁBADO A CBF já anunciou o que os jogadores brasileiros farão a partir de agora. A seleção brasileira volta ao país no sábado, às 16h.

  • Getty Images

    JULIO CESAR ADMITE FALHA O goleiro brasileiro, que levou dois gols de bola cruzada na área, admitiu que errou no 1º gol: "Eu e o Felipe Melo não nos entendemos. Foi um erro".

Depois de testes menos exigentes nos quatro jogos anteriores da Copa, a seleção mostrou contra a Holanda vulnerabilidades que não se esperava de uma equipe que transmitia tanta solidez ao se defender. Falhas na bola aérea, equívocos de posicionamento, erros individuais em saída de bola e descontrole emocional pontuaram o revés em Port Elizabeth.

Números dos últimos anos, entrosamento dos titulares migrado de suas vivências em clubes e os êxitos recentes do trio Julio Cesar, Maicon e Lúcio na Inter de Milão construíam ao redor seleção antes da Copa um status de melhor defesa do mundo. No entanto, a reputação foi contestada por alguns adversários, que viam brechas na muralha brasileira.

"Falei para ele (Arjen Robben): você e o Gregory (Van Der Wiel, lateral direito) serão decisivos. Como o Robinho não marca, podemos ficar dois contra dois e criar oportunidades por ali", disse o ex-zagueiro Frank de Boer, antigo jogador da seleção holandesa e atual auxiliar-técnico.

Durante a preparação para a Copa e já durante o torneio, o ensaio do posicionamento de defesa em jogadas de bola pelo alto foi um dos mais repetidos por Dunga em treinamentos. As sessões foram executadas em série mesmo em coletivos, em interrupções forçadas pelo treinador. Apesar da prática, Julio Cesar e Felipe Melo não se entenderam no primeiro gol holandês.

"Foi uma bola morta, mas não me entendi com o Felipe Melo. Na hora não entendemos nada o que tinha acontecido. É um gol que vai me machucar muito ainda", lamentou Julio Cesar após a partida desta sexta.

No segundo gol da Holanda, aquele que selou a eliminação do Brasil, a marcação brasileira assistiu à troca de passes aéreos, do escanteio de Robben até a cabeçada de Sneijder (jogador de 1,70 m), passando pelo desvio de Kuyt na primeira trave.

"Todo mundo fica triste, nosso sonho era sair daqui hoje com a vitória, infelizmente não acontece. Tomamos dois gols de bola parada, algo raro de acontecer, e isso aumentou a dificuldade da partida", comentou Lúcio.

Contra a Holanda, Lúcio também repetiu sua jogada característica de sair com a bola dominada da defesa, encarando os riscos de perder a bola perto da área. Mas, ao contrário dos jogos anteriores na Copa, o zagueiro cometeu erros na incursão individual, proporcionando ameaça ao próprio gol.

No fim do jogo, já com o Brasil em desvantagem, o capitão se mandou para frente em total desespero e, em um dos contra-ataques, a Holanda se aproximou da meta de Julio Cesar com vantagem numérica e não aumentou o placar por pouco.

No quesito descontrole emocional, menção em particular para Felipe Melo. O volante brasileiro não conseguiu segurar seu ímpeto de ajudar a seleção e abusou de faltas e reações violentas em instantes de provocação dos adversários. Robinho também caiu nesta armadilha.

No duelo que marcou a eliminação na Copa, Michel Bastos perdeu a batalha individual com Arjen Robben pelos espaços na lateral esquerda, repetindo faltas sobre o holandês para amenizar a desvantagem técnica. O lateral acabou levando o amarelo e sendo substituído no segundo tempo para evitar a expulsão.

Individualmente, o nome da linha defensiva brasileira que acabou com a performance mais regular na Copa foi Juan, discreto e eficiente até o fim, como no fracasso da seleção em 2006. Mas, obviamente, nada que compense a frustração de seu segundo insucesso em Copa.

"Perdemos o jogo em 10 minutos. O time tomou gols que não costuma tomar, em bola parada, facilitou jogo deles de contra ataque ficou difícil entrar na defesa e infelizmente perdemos", comentou o zagueiro.

Da defesa, apesar do insucesso na Copa, Maicon seguirá para a intertemporada do futebol europeu como uma das peças mais valorizadas. O Real Madrid de José Mourinho deve batalhar bastante para ter o campeão europeu pela Inter.

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