25/06/2010 - 18h30

Seleção sofre contra retrancas e leva crise criativa para as oitavas

Alexandre Sinato, Bruno Freitas e Mauricio Stycer
Em Durban (África do Sul)
  • Robinho ficou no banco contra Portugal; mesmo nos jogos que ele atuou, Brasil sofreu para atacar

    Robinho ficou no banco contra Portugal; mesmo nos jogos que ele atuou, Brasil sofreu para atacar

A imagem de Dunga aos berros na beira do gramado nesta sexta-feira, inconformado com os passes errados e gesticulando sem parar, resume o problema mais agudo da seleção brasileira: a crise criativa. É verdade que Kaká e Elano não jogaram no empate sem gols com Portugal. A dupla é a principal responsável pela armação. No entanto, mesmo com eles em campo, o Brasil ainda encontra inúmeras dificuldades contra qualquer adversário que se arma na defesa.

Furar uma retranca bem armada custa muito à seleção. Na Copa, a deficiência ficou clara diante da Coreia do Norte. Foram 55 minutos para superar a inexpressiva defesa asiática, que nas rodadas seguintes tomou sete gols de Portugal e três da Costa do Marfim. O Brasil venceu por suados 2 a 1. Os jogadores admitem tal dificuldade. Mas parecem não saber o que fazer.

“Talvez [a solução seja] as outras equipes saírem um pouco para jogar”, respondeu Gilberto Silva nesta sexta, quando questionado sobre qual seria a solução.

“É preciso ter paciência. Hoje, quando tivemos paciência, tocamos a bola e rodamos o jogo, encontramos alguns espaços”, recomendou Juan. Os espaços, porém, não resultaram em praticamente nada de efetivo. Foram três chances diante dos lusitanos. A melhor delas parou na trave, em tentativa de Nilmar. "Foi difícil receber bolas, principalmente no segundo tempo", disse o atacante.

Contra Portugal, Daniel Alves e Júlio Baptista foram os responsáveis pela armação, já que Elano se recupera de trauma no tornozelo direito e Kaká estava suspenso. Daniel Alves ainda buscou mais espaços e arriscou chutes de longe, mas Júlio Baptista foi mal. Segundo o Datafolha, perdeu oito bolas, o maior índice do time.

“É difícil, 99% das equipes jogam contra o Brasil fechadas, mas não tem jeito, precisamos adaptar nosso estilo de jogo a isso. Temos que procurar outras maneiras de abrir espaços nas defesas dos adversários”, avaliou Grafite, já prevendo mais retrancas pela frente.

A grande esperança do Brasil é Kaká. Ele foi bem abaixo do esperado na estreia, mas melhorou diante da Costa do Marfim, dando as assistências para os gols de Luís Fabiano e Elano. No entanto, os africanos não armaram um bloqueio tão consistente como fizeram Coreia e Portugal.

Como a partida de Júlio Baptista foi bastante discreta diante dos portugueses, Dunga vê como opção para o setor o recuo de Robinho. O camisa 11 tem buscado o jogo e ajudado Kaká na distribuição das jogadas. A meta brasileira é mostrar evolução neste quesito nas oitavas de final, nesta segunda, em Johanesburgo. Até porque depois pode ser tarde demais.

Compartilhe:

    Siga UOL Copa do Mundo

    Placar UOL no iPhone

    Hospedagem: UOL Host