Dono do time, Cristiano Ronaldo pede todas as bolas, mas tem atuação ineficaz

“Ei, Cristiano, Ronaldo só existe um”, dizia o cartaz levado por um torcedor brasileiro. É verdade, mas nesta sexta-feira, no gramado do Moses Mabhida, a estrela era ele. Na entrada dos times em campo, os fotógrafos concentrados do lado de Portugal formavam um grupo maior do que os do lado brasileiro.

Quando o alto-faltante anunciou o nome do camisa 7, a gritaria foi a maior. Quando ele tocou na bola pela primeira vez, aos 3 minutos, o estádio foi ao delírio e a bola para o lado, sem maior perigo.

Cristiano Ronaldo é o típico jogador que nos campos de pelada é chamado de “fominha”. Pede todas as bolas e, se não recebe alguma, reclama, aponta o lugar certo ou mostra onde deveria ter recebido. Num momento de maior irritação, depois de pedir uma bola e não receber, levou as duas mãos à cintura, num gesto que lembrou o brasileiro Paulo Cesar Caju.

Apesar da disposição, o seu desempenho foi abaixo da média. Conseguiu um drible em todo o primeiro tempo. No segundo, no lance de maior perigo de Portugal na partida, conseguiu superar Juan e levou Lúcio a entregar a bola para Raul Meireles, que chutou para defesa de Julio Cesar.

Espécie de dono do time, é o único jogador da seleção portuguesa que não ajuda na marcação quando o time adversário ataca. Em toda a partida, chutou sete vezes a gol, mas só uma na direção certa, defendida com tranquilidade por Julio Cesar. Tocou na bola 32 vezes, acertando 13 passes. Num jogo muito disputado, não sofreu marcação especial e levou apenas duas faltas.

Do lado brasileiro, foi alvo de uma segunda provocação, ainda no primeiro tempo: “Ronaldo, viado!”, gritou a torcida, sem muito entusiasmo. E mais não precisou gritar porque o craque português pouco fez na partida.

Mesmo assim, o astro do Real Madrid foi eleito, em votação promovida pela Fifa, o melhor jogador em campo.

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