AP Photo/Yves Logghe

Gervinho (esq.) e Tiené (ou "Chico") treinam com a Costa do Marfim na África do Sul

20/06/2010 - 13h46

Fãs do Brasil, marfinenses querem conter empolgação e fazer história

Do UOL Esporte
Em São Paulo

A poucas horas da partida decisiva contra o Brasil, alguns jogadores da Costa do Marfim deram declarações à imprensa de seu país revelando o quanto estão empolgados para entrar em campo contra uma seleção de quem sempre foram fãs. Mas os Elefantes colocam os pés no chão para, otimistas, tentarem fazer história na Copa do Mundo.

“É verdade que, no centro de formação [do Asec Mimosas, principal equipe do futebol marfinense], todos nós sonhávamos em jogar como os brasileiros e de um dia enfrentá-los. Hoje será o caso e creio que este vai ser um grande momento para todos nós”, declarou ao site Sport Ivoire o lateral-esquerdo Siaka Tiené, que foi titular contra Portugal na partida de estreia.

Tiené é um dos vários atletas da seleção marfinense que foram formados nas categorias de base do Asec Mimosas por um brasileiro, Joel Carlos. O professor de 70% do elenco dos Elefantes tinha o hábito de dar apelidos brasileiros a seus pupilos, caso de Tiené, conhecido também como “Chico”, além de outros como Romaric – segundo Joel, marrento como Romário – e Gervinho.

Este último, que quando começou a treinar com Joel tinha 25 quilos e, por seu perfil mirrado, recebeu o diminutivo abrasileirado, publicou no último sábado um texto de sua autoria na imprensa marfinense, revelando sua disposição de entrar na história do futebol.

“Esta noite, é a história que nos espera de braços abertos. Não queremos nos colocar uma pressão inútil. Não fizemos nenhuma preparação em particular contra o Brasil, fizemos o que fazemos habitualmente. O ambiente é bom e todos estão relaxados. Estamos conscientes do enorme desafio que nos espera diante do Brasil, mas isso não impede de continuarmos nossos hábitos”, revelou o craque do Lille.

ESCALE A COSTA DO MARFIM

  • Arte UOL

Algo que vai de acordo com o “deslumbrado” Tiené. “Estamos serenos. Não podemos cair na emoção. Devemos ficar concentrados em nossa organização. Todos sabem o que devemos fazer quando o apito inicial for dado”, diz o jogador do Valenciennes, apoiado por  Jean-Jacques Gosso, que deve ficar no banco. “O treinador está aqui pra isso. Se respeitarmos seus conselhos, tudo irá bem”.

Gosso considera o Brasil como “a melhor seleção do mundo, constelada de talentos individuais e com uma relação especial com a Copa do Mundo”. Mas o atleta do Monaco analisa o confronto com igualdade.

“Não é preciso temer o Brasil. Os brasileiros também estão conscientes do perigo que podemos representar. Eles nos respeitam também. As duas equipes têm talento”, prega.

Em tom triunfal, Gervinho procura pensar no grande feito que poderá ser realizado no Soccer City. “É o momento de realizar algo de grande, sobretudo porque o povo marfinense espera muito de nós depois de nossa estreia contra Portugal. Com nosso atual estado de espírito, não há razão para que não possamos trazer felicidade à Costa do Marfim. Devemos isso a nossos torcedores”.

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