Na Rio+20, Fifa anuncia que vai compensar emissões de carbono da Copa de 2014

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • Lula Marques/Folhapress

    O Estádio Nacional Mané Garrincha, de Brasília, deve ser um dos mais sustentáveis do Brasil

    O Estádio Nacional Mané Garrincha, de Brasília, deve ser um dos mais sustentáveis do Brasil

No embalo das discussões da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável Rio+20, a Fifa anunciou nesta terça-feira seu plano de sustentabilidade para a Copa do Mundo de 2014. A entidade máxima do futebol informou que pretende fazer do Mundial do Brasil o mais ambientalmente correto já realizado e que todas as emissões de carbono causadas pelo torneio serão neutralizadas.

"As políticas de sustentabilidade precisam de bons exemplos. Queremos aproveitar a Copa do Mundo do Brasil para dar um desses exemplos para o mundo", disse o diretor de Responsabilidade Social da Fifa, Federico Addiechi, sobre o plano para a Copa.

Segundo Addiechi, só a Fifa vai investir cerca de 20 milhões de dólares (cerca de R$ 40 milhões) para fazer o Mundial de 2014 sustentável. Compras da entidade vão priorizar fornecedores ambientalmente corretos, um estudo será feito para medir os impactos do torneio no meio ambiente e ações pós-Copa devem ser postas em prática para compensar essas impactos.

"Desde a Copa do Mundo de 2006, temos uma política de sustentabilidade. Em 2014, queremos fazer um esforço ainda maior do que já foi feito", complementou Addiechi.

A apresentação do plano de sustentabilidade aconteceu no Rio de Janeiro, em um dos pavilhões da Rio+20. Participaram do evento os membros do COL Bebeto, ex-jogador, e Luís Fernandes, que é secretário executivo do Ministério do Esporte. Fernandes disse que o governo também está preocupado com a sustentabilidade da Copa.

Ele disse que uma câmara foi criada só para discutir esse assunto com os organizadores do Mundial. Nessa câmara, já foi definido que um inventário das emissões de carbono causadas pelas obras de preparação do Mundial será feito e essas emissões serão compensadas.

Fernandes afirmou também que o governo brasileiro tem priorizado as práticas sustentáveis nas obras dos estádios. Tanto é assim que o BNDES só financia obras de estádios da Copa que cumprem certos requisitos ambientais.

Por causa disso, dez dos 12 estádios que receberão jogos do Mundial daqui a dois anos devem ter a certificação LEED (sigla em inglês para Liderança em Energia e Design Ambiental), que comprova a adequação a padrões internacionais de sustentabilidade. A Fifa informou que, nas próximas Copas do Mundo, será exigida a certificação de todas as arenas.

O novo Mineirão (Belo Horizonte), por exemplo, terá captação de água da chuva, que será enviada para um reservatório com capacidade de seis milhões de litros. Já o Estádio Nacional Mané Garrincha (Brasília) contará com 9,6 mil painéis solares e vai se tornar a maior estrutura de captação de energia desse tipo no país, podendo gerar 2,5 megawatts.

"O Brasil tem uma importância muito grande nesse debate de sustentabilidade", afirmou Fernandes. "Sediar a Copa do Mundo é a oportunidade de ter os olhos do mundo para promover essa agenda."

Fernandes ainda afirmou que sustentabilidade não se resume a questão ambiental. As questões econômica e social também devem seguir padrões de boa governança. Nesses dois quesitos, Fifa e governo disseram que vão se esforçar para que a Copa colabore para o desenvolvimento do Brasil.

Obras da Copa
Obras da Copa

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