Local:
Castelão
Data:
27/06/2013 - 16:00
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Espanha x Itália
 

Espanha e Itália fazem jogo de campeões raro e põem à prova cansaço no Brasil

Bruno Freitas e José Ricardo Leite
Do UOL, em Fortaleza (CE)
  • Yasuyoshi Chiba/AFP

    REFRESCO - Giaccherini joga água no rosto durante treino da Itália em Salvador

    REFRESCO - Giaccherini joga água no rosto durante treino da Itália em Salvador

Espanha e Itália se enfrentam nesta quinta-feira, às 16h, no estádio Castelão, em Fortaleza, pelas semifinais da Copa das Confederações, em um jogo de calibre internacional raramente visto dentro do Brasil e que põe à prova a resistência dos europeus no país.

O duelo para definir quem enfrenta o Brasil na final do torneio reúne as duas últimas seleções campeãs mundiais: os espanhóis ganharam o Mundial da África do Sul, em 2010, e os italianos arremataram a Copa de 2006, na Alemanha.

Nunca o Brasil recebeu um duelo dos dois últimos campeões mundiais em seu território sem que um deles fosse a própria seleção brasileira. Considerando-se a seleção da casa, apenas uma vez isso aconteceu: um amistoso Brasil x Inglaterra, em 1969, no Rio de Janeiro.

Naquela época, os ingleses eram os atuais campeões mundiais após venceram em casa a Copa de 1966, enquanto o Brasil havia vencido a Copa de 1962, no Chile. Antes da passagem da Espanha no país, a última vez que uma seleção estrangeira atual campeã mundial havia passado por aqui foi em 1993, em um amistoso Brasil x Alemanha em Porto Alegre.

E tanto Espanha como Itália chegam para o duelo acusando o golpe de uma competição em um país com dimensões territoriais continental e com clima muito distinto do Europeu, mesmo no inverno local. Ambas são exemplos do que países com condições geográficas e climáticas semelhantes a elas devem enfrentar problemas de logística na Copa do Mundo de 2014.

“O positivo (de disputar as Confederações antes da Copa) é saber toda a riqueza em relação à preparação. Temos que voltar com 23 atletas bem condicionados, pois o clima é especial e as viagens são muito longas. Precisamos de pessoas com excelente condicionamento físico”, falou o técnico italiano, Cesare Prandelli, sobre o que mais tirou proveito no evento-teste para a Copa.

O calor afetou demais as duas seleções. É visível nos treinamentos a baixa resistência dos atletas e a feição de cansaço em função do sol desgastante. Isso interferiu até na programação das comissões técnicas.

O desgaste das duas seleções foi ainda maior por as duas seleções serem as únicas da competição cujos atletas estão no final da temporada, que começou há um ano. Todos os 23 jogadores de Espanha  e Itália estão nesta situação.

Os outros dois semifinalistas do torneio, Brasil e Uruguai, têm menos atletas. A seleção que joga em casa tem 11 que jogam no país, enquanto os uruguaios têm sete em meio de temporada.

Para tentar amenizar o cansaço em função das longas viagens e temperaturas, as comissões técnicas ainda liberarem os times para muitas atividades de lazer, como a Espanha ir até a praia do Futuro, em Fortaleza, e os italianos caírem por diversas vezes no mar da Barra da Tijuca.           


Em todos os dias que não eram de jogo ou pré-jogo, a programação oficial da federação  italiana de futebol apontava treinos pela manhã e de tarde. Isso só foi modificado depois que a comissão técnica identificou o forte calor e as longas distâncias entre hotel e centro de treinamento como problemas. Somente dois treinamentos foram em dois períodos.

Os espanhóis adotaram a tática de fugir do sol e fizeram treinos noturnos, deixando de lado a estratégia de se ambientar à temperatura do horário das partidas.

No jogo Itália x Japão, no Recife, por exemplo, o italiano De Rossi chegou a reclamar do calor e dizer que foi a pior temperatura que sua seleção já jogou na vida. O técnico Cesare Prandelli endossou o coro.

“O clima é algo que realmente temos que aprender a superar aqui. É muito quente e há muita umidade. Tivemos que nos esforçar muito. No final do primeiro tempo não tínhamos mais combustível”, falou Prandelli.

As temperaturas próximas a 30º em Fortaleza então são superiores ao que viram no Rio de Janeiro, Recife e Salvador. O próprio técnico e jogadores disseram que foi o local mais quente pelo qual passaram. Os espanhóis também pensam o mesmo.

“Passamos o pior momento, pelo horário, pelo desgaste físico. Mas o calor vai existir para as duas equipes. É o que há, temos que nos adaptar. Tentaremos implantar o nosso jogo nessas condições”, falou o capitão espanhol, Sergio Ramos.

 

“Não depende de nós. Seria melhor jogar às 7h ou às 9h. Mas no nível europeu, do audiovisual, é melhor para que mais torcedores possam ver a seleção, assim como as nossas famílias. Também para as crianças da Espanha, para ver os seus ídolos, a sua seleção.”

As longas distância foram também um grande problema. As viagens entre Rio de Janeiro, Recife, Salvador e Fortaleza fizeram a Itália andar 3.582 km no Brasil em pouco mais de dez dias até agora. Os espanhóis têm número ainda pior e mais desgastante: 4.073 km.

“As viagens têm nos cansado demais pois são em curto tempo. Estamos em Fortaleza com um clima totalmente diferente do Rio de Janeiro”, reclamou o italiano Marchisio.

Em campo, a Itália tem mais problemas do que a rival. Perdeu seu principal atacante, Mario Balotelli, e o lateral Abate, ambos lesionados e que já voltaram para Milão. Tem como alento a volta do meia Pirlo, que foi poupado contra o Brasil por uma lesão na panturrilha. De Rossi, suspenso, também volta.

Prandelli confirmou apenas a entrada de Gilardino no lugar de Balotelli. Não deu pistas do resto que pode mandar a campo, mas existe a possibilidade de montar uma formação com três zagueiros.

Já a Espanha vai sem problemas para o jogo. Soldado e Fabregas se recuperaram de lesão e podem jogar normalmente. Deve manter o mesmo time que venceu a Nigéria por 3 a 0, com apenas Soldado como atacante fixo.

Escalação

Espanha 4-4-2 Técnico: Itália 4-4-2 Técnico:
1 Casillas 1 Buffon
17 Arbeloa 2 Maggio
15 Sergio Ramos 15 Barzagli
3 Piqué 3 Chiellini
18 Jordi Alba 5 De Sciglio
16 Busquets 21 Pirlo
8 Xavi 16 De Rossi
6 Iniesta 18 Montolivo
10 Cesc Fábregas 8 Marchisio
11 Pedro 22 Giaccherini
14 Soldado 11 Gilardino

Ficha Técnica

Copa das Confederações 2013 - 23/06 - 29/06 Árbitro: Howard Webb
Data: 27/06/2013 - 16:00 Assistentes:
Michael Mullarkey e Darren Cann
Local: Castelão


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