Os torcedores da Etiópia apostam em uma atitude inusitada para manter as esperanças de o país disputar pela primeira vez uma Copa do Mundo. Eles recorreram ao Twitter para tentar convencer jovens talentos a defender a seleção no duelo decisivo contra a Nigéria, em 16 de novembro, que definirá uma vaga para o Mundial.

A "onda" de pedidos começou logo após a Etiópia perder em casa para os nigerianos por 2 a 1, no último domingo. Gedion Zelalem, de 16 anos, postou no microblog uma mensagem de incentivo: "Ainda orgulhoso". O jovem meio-campista do Arsenal nasceu na Alemanha, mas tem ascendência etíope, o que lhe permitira atuar pela seleção do país africano.

Tedros Adhanom, ministro de Relações Exteriores da Etiópia, aproveitou a deixa e fez um pedido a Zelalem, também pelo Twitter. "Oi, Gedion. É bom saber notícias suas. Esperamos que você possa jogar logo pela seleção etíope", escreveu.

O político repetiu a estratégia com outro jogador em situação semelhante e que atua por um clube europeu. Adhanom conversou por telefone com Askar Amin, atacante do Brann (Noruega), nascido na Somália e com família de origem etíope. "Conversei com Amin e ele foi muito receptivo com a ideia de jogar por nosso país. Muito obrigado, Amin", escreveu o ministro no Twitter.

A atitude de Adhanom inspirou vários torcedores, que abraçaram a causa. Foi criada a campanha #ZelalemForEthiopia nas redes sociais para convencer o meio-campista a vestir a camisa da Etiópia. O jogador é considerado por alguns torcedores do Arsenal como "novo Fàbregas" e deixou boa impressão na turnê realizada pelo clube inglês na Ásia durante a pré-temporada.

Apesar da empolgação e da mobilização dos torcedores pela internet, a campanha pode fracassar por dois motivos. Zelalem está lesionado e, além disso, o treinador Sewnet Bishaw nem mesmo sabe como entrar em contato com o jogador. "A menos que ele encaminhe seu pedido [de jogar pela Etiópia] à federação, ou peça para algum dirigente ou para mim, como poderei conovcá-lo? Nem mesmo sei o endereço dele. Se ele decidir defender a Etiópia e nos fizer este pedido, as coisas ficarão mais fáceis", afirmou o treinador.