Sem um laudo das autoridades responsáveis pela perícia, Corinthians, Odebrecht, COL (Comitê Organizador Local) e Fifa (Federação Internacional de Futebol) não devem se pronunciar sobre o cronograma do Itaquerão. Com o resultado do acidente da última quarta-feira ainda sob a análise dos especialistas, os envolvidos só devem comentar sobre prazos em relação à Copa do Mundo a partir da próxima semana.

Em sinal de luto pela morte dos dois operários, as obras do estádio estão paradas até a próxima segunda. Além disso, as áreas afetadas pelo acidente estão interditadas por tempo indeterminado, assim como os outros guindastes da obra.

A ideia é que, nas próximas semanas, as autoridades identifiquem as razões da queda, que destruiu parte da fachada da ala leste do estádio. Além disso, os peritos também avaliarão se a estrutura interna do Itaquerão não foi avariada, como argumentam o Corinthians e a Odebrecht.

Todos esses estudos serão fundamentais para que se estabeleçam os prazos para a sequência das obras do estádio, que seria entregue no início de janeiro. Extraoficialmente, a expectativa é de que a reconstrução daquele setor demore dois meses, além do período de interdição. Na coletiva da última quarta, Andrés Sanchez e a Odebrecht evitaram falar sobre um novo cronograma e até sobre um eventual risco de exclusão da Copa do Mundo.

Nos próximos dias, o ex-presidente do Corinthians, responsável pela obra, deve acompanhar com atenção o atendimento às famílias dos operários Fábio Luiz Pereira e Ronaldo de Oliveira Santos, mortos na tragédia. Na segunda-feira, quando a obra voltar a funcionar, é provável que ele volte a falar com a imprensa, desta vez tratando sobre projeções de prazos e a expectativa em relação à reconstrução.

Já a Fifa e o COL devem aguardar um documento oficial. Até agora, a entidade acompanha o assunto com certa distância, e só deve se pronunciar após um laudo da Prefeitura de São Paulo que indique o caminho a ser tomado até a conclusão das obras.