Antonio Biondi/UOL

Torcedores homenageiam Cabañas no estádio Defensores del Chaco

04/07/2010 - 09h30

Torcedor no Paraguai lamenta derrota, mas celebra nas ruas campanha da seleção

Antonio Biondi e Marcel Gomes
Especial para o UOL
Em Assunção (Paraguai)

Nem os gritos de apoio de Larissa Riquelme puderam salvar o Paraguai da derrota para a Espanha, nas quartas de final da Copa do Mundo. A modelo paraguaia estragou sua maquiagem após chorar ao final da partida, vencida pelos espanhóis por 1 a 0.

CENAS DA DERROTA NO PARAGUAI

  • Antonio Biondi/UOL

    Após perder pênalti. Cardozo lamenta a derrota

  • Antonio Biondi/UOL

    Torcedor chora ao fim do 1 a 0 para a Espanha

  • Jorge Piris/Reuters

    A musa Larissa Riquelme lamenta a derrota

Larissa assistiu ao jogo por meio de um telão instalado sobre o grama do principal estádio de Assunção, o Defensores del Chaco, ao lado de pelo menos 15 mil torcedores. Antes da partida, dançou com os músicos de um grupo que se apresentava para o público e brincou com crianças que estavam no palco.

"Ela não é linda?", suspirava Arsênio Paredes, guia de hotel que foi ao estádio para ver a partida.

A beleza de Larissa, que ganhou fama após ser fotografada com o aparelho celular guardado em um lugar indiscreto, ajudou a diminuir a frustração com a derrota. Mas a verdade é que os paraguaios estão com orgulho da seleção nacional: pela primeira vez, ela chegou às quartas de final de um Mundial - e quase foi mais longe.

"Estamos tristes agora, mas temos de comemorar", disse Paredes, torcedor do Cerro Porteño. Segundo ele, a participação da equipe paraguaia na competição mobilizou o país e fez com que mulheres, jovens e crianças passassem a se interessar por futebol. "As famílias acompanhavam os jogos e torciam juntas", afirmou.

Durante a partida, a estudante Lourdes Chávez, de 15 anos, balançava sua bandeira nacional ao lado da amiga e dos tios. "Vamos chegar à final", dizia ela, que é torcedora do Olímpia, antes do gol espanhol.

Para o carpinteiro Carlos Antonio Vazquez, a equipe deveria inspirar os políticos do país. "O esporte deu um exemplo às autoridades, porque fez o povo ficar alegre, enquanto na política só há brigas", afirmou.

Vazquez acredita que a Copa da África pode ter marcado uma nova era no futebol, com a queda de forças tradicionais, como Brasil, Argentina e Itália, e a ascensão de seleções emergentes, como o Paraguai. "Nossa meta era chegar às quartas de final e conseguimos. Acreditava que podíamos ter ido mais longe", afirmou.

A participação paraguaia na Copa fez disparar a venda de cerveja e carne em Assunção. Preocupado com distúrbios, as autoridades públicas chegaram a decretar uma lei seca para o dia da partida, mas a medida foi pouco respeitada.

Após o final do confronto contra a Espanha, os paraguaios saíram às ruas de Assunção para celebrar os feitos da equipe na Copas, que empatou com Itália, ganhou da Eslováquia e ficou no 0 a 0 com a Nova Zelândia, na primeira fase, antes de bater o Japão nas oitavas. Torcedores com bandeiras fizeram "buzinaços" nas ruas e cantaram músicas de apoio a "albirroja", como o time é carinhosamente tratado.

Uma nova festa está marcada para o retorno da seleção ao Paraguai, ainda neste domingo. Não se pode imaginar que a musa Larissa Riquelme fique fora dessa.

Compartilhe:

    Siga UOL Copa do Mundo

    Placar UOL no iPhone

    Hospedagem: UOL Host