Jogo do Brasil na Tanzânia tem gafe no hino, invasor e pressão por Ronaldinho

Antes desta segunda-feira, a seleção brasileira jamais havia atuado em solo da Tanzânia. Depois desta segunda, a tendência é que a equipe mais popular do planeta leve um bom tempo para retornar ao pobre país do Leste da África, de importância pouco significativa para o futebol mundial.

Na vitória por 5 a 1 no estádio Nacional de Dar es Salaam, em jogo de preparação dos brasileiros para a Copa, alguns detalhes ficarão marcados aos fãs locais da seleção ao lado dos gols de Robinho, Ramires e Kaká.

Antes da partida, uma gafe com o hino nacional brasileiro causou constrangimento com o time visitante. Enquanto a música era executada, o telão do estádio exibia um show de percussão, cujo som abafava o protocolo oficial.

A batucada provocou protesto da torcida tanzaniana, mas o operador do telão não conseguiu desligar o show, em ação fracassada com o mouse de seu computador detalhadamente assistida pela plateia.

Durante a partida, uma cena que os torcedores de Dar es Salaam vão contar anos mais tarde foi a invasão de um fã no gramado, em ato comum em estádios de todo o mundo. Um homem entrou para abraçar Kaká e, depois de atingir sua meta, começou a levar safanões da segurança ainda dentro de campo. A ação policial arrancou protesto das arquibancadas, solidárias ao admirador do camisa 10 brasileiro.

No fim do jogo, o técnico Dunga concedeu entrevista coletiva no estádio Nacional. Depois de atender a imprensa brasileira, o treinador encarou sessão exclusiva com jornalistas locais, em que foi encostado na parede sobre a ausência de Ronaldinho Gaúcho na Copa. Mas com poucas palavras, o capitão do tetra conseguiu se desvencilhar do confronto verbal.

De resto, a presença do público acabou sendo decepcionante na partida. A seleção, que há cinco dias tinha lotado o estádio em passagem pelo Zimbábue, viu a arena local preenchida apenas pela metade, em cena contraditória com a informação da organização na véspera de que todos os ingressos tinham sido vendidos.

Segundo muitos dos torcedores presentes, a explicação para os espaços vazios nas arquibancadas em Dar es Salaam estava no valor dos ingressos, entre US$ 40 e US$ 200, em cifras incompatíveis com a realidade social tanzaniana. Talvez por isso, uma multidão considerável tenha acompanhado a partida do lado de fora do estádio. Foi este grupo que esperou pacientemente uma hora após o jogo para saudar efusivamente a saída do ônibus dos brasileiros.

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