30/05/2010 - 17h30

Seleção completa quatro jogos em três treinos e mostra Dunga 'carrasco'

Alexandre Sinato e Bruno Freitas
Em Johanesburgo (África do Sul)

Os três treinos com bola da seleção brasileira na África do Sul deixaram uma coisa clara: intensidade não faltará na preparação para a Copa do Mundo. Nas três atividades realizadas no campo da Hoerskool, em Johanesburgo, o time de Dunga completou 360 minutos de esforço, o equivalente a quatro jogos completos. Se havia preocupação por boa parte do grupo estar em fim de temporada, o ritmo de treinos mostra que, no momento, a preocupação é trabalhar forte.

  • Antonio Scorza/AFP

    Luís Fabiano e Kaká participam de treino físico e técnico no campo usado em Johanesburgo

  • Antonio Scorza/AFP

    Dunga dá instruções a Elano e Robinho antes de fazer o primeiro coletivo para a Copa do Mundo

Dunga e sua comissão fizeram os 23 jogadores suar, e muito, até agora. Em treino físico, técnico ou tático, não houve moleza. A exigência foi de pré-temporada.

Quando perguntado se a orientação era para os atletas adotarem cautela nos treinamentos, Luís Fabiano resumiu o teor das conversas. “Muito pelo contrário. O Dunga está pedindo para a gente treinar forte e se dedicar. Será uma competição muito dura que vai exigir muito dos jogadores.”

O atacante, inclusive, apresentou-se à seleção recuperando-se de lesão muscular na coxa esquerda, assim como Kaká. Ambos iniciaram o tratamento ainda em São Paulo, com o fisioterapeuta Luiz Alberto Rosan, continuaram assim em Curitiba e ainda fazem trabalho específico de fisioterapia.

Tudo para que possam se doar como Dunga almeja quando a bola rola nos treinamentos. O preparador físico Paulo Paixão é o responsável por cobrar os jogadores nos exercícios sem bola. Raras exceções são abertas, como aconteceu com o goleiro Julio Cesar. No sábado ele fez uma atividade a menos que Gomes e Doni, e um dia depois não participou integralmente dos 46 minutos de coletivo. Reclamou que a perna “estava pesada”.

O treinamento mais forte começou na sexta-feira. A primeira atividade no campo na África do Sul durou duas horas. Boa parte foi com bola. Começou com uma roda de “bobinho”, seguiu para rodas menores com maior movimentação e terminou com um duelo pegado, em um quarto do campo, com os jogadores divididos em dois grupos que se enfrentaram. Teve carrinho e disputas mais fortes.

No sábado, mais duas horas de treino. Após atividade física puxada, os jogadores foram separados por posições em um grande circuito. Cada função tinha uma sequência a cumprir com a bola. Os meio-campistas foram os mais exigidos: lançavam para os zagueiros, tabelavam com os laterais e depois finalizavam da entrada da área. Por fim, davam piques curtos até o centro do gramado.

O terceiro dia de treinos na Hoerskool terminou com 46 minutos de coletivo, o primeiro desde o início da preparação. Titulares de um lado, reservas de outro. Novamente houve carrinhos, algumas faltas e saídas em contra-ataque. Antes, foram 20 minutos mesclando exercícios com e sem bola. Depois, treino de bola parada e alongamento dentro do ginásio.

Depois de trabalhos em dois turnos nos cinco dias completos de treino em Curitiba, a seleção encarou 360 minutos em rendimento elevado nos três dias de Johanesburgo. O departamento médico segue sem problemas. Dunga e a preparação física seguem cobrando. E os jogadores tentam corresponder para não ficar pelo caminho, agora a 16 dias da estreia na Copa contra a Coreia do Norte, no estádio Ellis Park, em Johanesburgo.
 

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