AFP

Julio Baptista e Luis Fabiano dão entrevista coletiva em Johanesburgo (AFS)

30/05/2010 - 07h49

Luís Fabiano e Júlio Baptista fazem coro contra bola da Copa: 'é sobrenatural'

Alexandre Sinato e Bruno Freitas
Em Johanesburgo (África do Sul)*

A Jabulani, bola da Copa do Mundo, promete ser bombardeada com alguma frequência. Neste domingo, mais dois brasileiros a detonaram. A insatisfação é quase geral na seleção. Primeiro foi Júlio Baptista quem a definiu como “muito ruim”. Em seguida, Luís Fabiano foi ainda mais enfático. “Essa bola é sobrenatural.”

Quando a primeira pergunta sobre a bola foi feita, a dupla brasileira caiu na risada. Isso apenas dois dias depois de Julio Cesar definir a Jabulani como horrorosa e parecer “aquelas compradas no supermercado”.

“A bola é muito estranha, de repente sai de você, acho que ela não gosta que alguém a chute. É mais um adversário. Parece que tem alguém guiando a bola. Você vai cabecear e ela se mexe, é sobrenatural essa bola, muito ruim”, disparou Luís Fabiano.

“Não tem como enganar. Treinamos com ela e é ruim tanto para os goleiros como para os jogadores [de linha]. É uma bola muito ruim. Os laterais chegam à linha de fundo, metem a chamada ‘rosca’ na hora de cruzar e a bola vai para o lado contrário”, emendou Júlio Baptista.

No treino técnico do último sábado, inclusive, o pior desempenho da seleção foi justamente nos cruzamentos. Maicon, Daniel Alves, Michel Bastos e Gilberto acertaram muito pouco. Os passes saíam rasteiros ou muito fortes, cruzando toda a área. Os quatro atacantes também sofreram.

“Em um chute de longe, a bola faz três, quatro curvas antes de chegar ao goleiro. Eles tinham outras possibilidades, a bola da Liga dos Campeões, por exemplo, é muito boa. Escolheram essa bola e temos que aceitar, mas ela vai complicar muito”, projetou Júlio Baptista.

Na última sexta, logo após a reclamação de Julio Cesar, a Adidas, fabricante da Jabulani, soltou um comunicado com elogios de grandes nomes do futebol à bola. Nomes que são patrocinados pela Adidas, entre eles Kaká. “Para mim, o contato com a bola é muito importante, e é ótimo com essa bola”, disse o meia na nota oficial.

Perguntado se alguém da seleção havia gostado da bola, Luís Fabiano se esquivou: “ainda não vi ninguém elogiando”. E Kaká, gostou? “Aí vocês têm que perguntar para o Júlio [Baptista], que é o mais próximo do Kaká.”

*Atualizada às 8h18

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