23/05/2010 - 14h17

Gilberto Silva defende time de 2006 e fala em estátua para Ronaldo e Cafu

Alexandre Sinato, Bruno Freitas e Mauricio Stycer
Em Curitiba

Espécie de paradigma de campanha fracassada, a participação brasileira na Copa de 2006 teve personagens e elementos defendidos pelo volante Gilberto Silva, um dos remanescentes do Mundial da Alemanha que segue na equipe que vai ao torneio deste ano na África do Sul.

Em entrevista coletiva neste domingo, na concentração da seleção em Curitiba, o titular de Dunga rebateu o senso comum de que tudo o que foi feito há quatro anos foi errado ou desastroso.

Gilberto Silva ainda fez defesa esforçada de Ronaldo, Roberto Carlos e Cafu, figuras que, apesar de seus respectivos currículos em seleção, se despediram da equipe nacional na Alemanha-2006 marcados como símbolo da decepção na Copa.

“Nas vitórias, vários erros são encobertos. Nas derrotas, nem tudo é errado. Não se pode dizer que em 2006 nenhum jogador teve compromisso. Acho isso um tanto pesado para um grupo de jogadores que deu tanto para a seleção. Nomes como Ronaldo, Cafu e Roberto Carlos, que mereciam uma estátua no museu do futebol brasileiro e do mundial”, declarou o volante do Panathinaikos.

“Nem tudo em 2006 foi errado. Temos que tirar o que aconteceu de bom nas duas últimas Copas e trazer para esta”, completou Gilberto Silva, em menção também a sua participação na campanha vitoriosa de 2002.

GILBERTO SILVA NA ERA DUNGA

Partidas: 47
Minutos: 3.921
Gols: 0
1º jogo com Dunga:
1 x 1 Noruega, 16/8/06

O volante ainda revela que a campanha frustrada de 2006 segue marcada com resquícios de trauma em sua lembrança, especialmente a respeito do jogo que marcou a eliminação do time de Carlos Alberto Parreira, na derrota para a França nas quartas de final.

“Tenho a camisa guardada até hoje. Não quis trocar ela no final, não me sentiria à vontade, pelo sacrifício que fazemos, foi um momento muito difícil para todos”, declarou.

Com a derrota em campo, a seleção brasileira do Mundial de 2006 deixou para a história, pelo menos nas análises mais propagadas, uma imagem de exageros e descompromisso. Situações como presença constante de torcida em treinos, transmissões ao vivo da preparação, folgas de jogadores e declarações de ‘medalhões’ sobre metas pessoais na Copa. Tudo isso pautou o discurso do técnico Dunga durante os últimos quatro anos, em lembranças tratadas como exemplos negativos a serem evitados.

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