Um estádio de R$ 1,2 bilhão com obras terminadas de última hora, um público de mais de 70 mil pessoas, ingressos não retirados e potenciais grupos hostis na cidade. Fifa, COL (Comitê Organizador Local) e governos certamente vão enfrentar um grande desafio operacional e de segurança neste domingo, na estreia do Maracanã na Copa das Confederações. Às 16h, México e Itália enfrentam-se no estádio.

A maior preocupação operacional da Fifa nos últimos dias tem sido a distribuição de bilhetes para essa partida, já que, até a manhã de sábado, ainda faltavam 20.379 tíquetes a serem coletados para o jogo, de acordo com balanço divulgado pela entidade. No sábado, havia filas com espera de até duas horas em pontos de retirada de entradas no Rio.

Havia, inclusive, o temor da Fifa de que assentos ficassem vazios ou que os torcedores fossem ao próprio estádio para pegar as entradas, o que não é permitido. Por isso, foi montado um esquema de emergência com centros de ingressos abertos por mais tempo até porque esse é o jogo de maior público da competição. Mais de 71 mil bilhetes foram vendidos.

Outra questão que desperta atenção é a possibilidade de protestos no entorno da arena. O Rio de Janeiro, assim como São Paulo, tem vivenciado violentos confrontos entre estudantes do movimento contra aumento de tarifas de ônibus e policiais. Manifestantes já convocaram um protesto para a frente do Maracanã neste domingo.

Vale lembrar que a abertura da Copa das Confederações, em Brasília, teve tumulto antes do jogo por causa de uma manifestação. A polícia interveio com balas de borracha, deteve ao menos 24 pessoas e deixou alguns feridos.

No Maracanã, haverá um forte esquema de policiamento, com mil homens em volta do estádio, que terá ruas em sua volta fechadas a partir das 10h. Já foram instaladas diversas grades nas redondezas da arena para isolar a área.

Como se não bastassem esses desafios de última hora, a Fifa usará pela primeira vez em uma competição oficial um estádio que tinha obras no seu entorno até a última semana. A arena teve calçadas em volta reformadas, foi cercada e pintada durante essa semana. O trabalho era tal que até o Exército teve de ajudar a levantar cercas. A desorganização causou inclusive falhas de segurança.

Outro potencial problema é o trânsito provocado pelas zonas de exclusão. Na última semana, os arredores do Maracanã tiveram congestionamentos constantes que às vezes paralisavam completamente o tráfego local. Há orientação para que o torcedor apele ao transporte público até pela interrupção de trânsito no local. Haverá 735 controladores de tráfego atuando no evento.

Na véspera da partida, no sábado, a operação do estádio funcionava corretamente, tanto na questão da segurança quanto da estrutura para México e Itália, que treinaram no local. O gramado, aparentemente, também estava bom.