CNJ pede explicação a SP, RJ, RS e PE por não contratar detentos para obras da Copa
Do UOL, em São Paulo
-
Juca Varella/Folhapress
Detentos deixam prisão para construir estádio da Copa de 2014, em Cuiabá (MT)
O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) solicitou informações, por meio de ofícios, aos governadores dos quatro Estados que ainda não contrataram reeducandos (detentos, ex-detentos, cumpridores de penas alternativas e adolescentes em conflito com a lei) para as obras de infraestrutura relacionadas à Copa do Mundo de 2014: São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Pernambuco. O mesmo procedimento foi feito em relação aos prefeitos das capitais desses Estados e também aos presidentes dos respectivos tribunais de Justiça.
Os ofícios foram enviados pelo Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas do CNJ (DMF). São solicitadas informações sobre as providências tomadas para o cumprimento do Termo de Acordo de Cooperação Técnica 001/2010, assinado, em janeiro de 2010, entre o CNJ, o Ministério do Esporte, o COL (Comitê Organizador Local da Copa de 2014) e os Estados e municípios que sediarão os jogos da Copa. O objetivo é utilizar a oportunidade de trabalho nas obras como estratégia de prevenção da reincidência criminal.
A obra com o maior número de contratados por meio do acordo é a do estádio de Natal (RN): 83. Depois vem Belo Horizonte (MG), com 14 contratados, e Cuiabá (MT), com 12. A iniciativa relacionada às obras da Copa do Mundo faz parte do programa Começar de Novo, lançado pelo CNJ em 2009, com o objetivo de administrar, em nível nacional, oportunidades de capacitação profissional e de trabalho para detentos, ex-detentos, cumpridores de penas alternativas e adolescentes em conflito com a lei.
Sua execução é descentralizada, cabendo aos tribunais de Justiça estaduais buscar formas de fazer valer o acordo. Não há punição prevista às autoridades públicas que não atingirem as metas.