Edital de privatização do Maracanã sai na segunda-feira, anuncia governador do RJ
Vinicius Konchinski*
Do UOL, no Rio de Janeiro
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AFP PHOTO / FIFA
Vista aérea das obras para a reforma do Maracanã, sede carioca da Copa do Mundo de 2014
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, anunciou nesta quinta-feira que o edital de privatização do Maracanã será publicado na próxima segunda-feira. O estádio, que está sendo reformado para a Copa do Mundo de 2014, deve ter sua administração repassada à iniciativa privada ainda antes de ser reaberto ao público, em fevereiro de 2013.
De acordo com Cabral, ainda estão sendo definidos detalhes sobre o prazo de concessão da administração do Maracanã e valor que a nova administradora terá de pagar para assumi-lo. O governador já avisou, porém, que a privatização vai exigir um pagamento "real" ao governo do Rio de Janeiro, além de investimentos adicionais no complexo esportivo do estádio.
Obras no Maracanã
"Vai ter pagamento de outorga para valer. Estamos estudando o valor", afirmou Cabral. "Também vai ter que fazer mais investimento. Segunda-feira, vocês vão ver."
A reforma do Maracanã já custa R$ 869 milhões ao governo do Rio de Janeiro. As obras servem para adequar o estádio às exigências da Fifa para as arenas da Copa. Segundo Cabral, ainda não é possível dizer se o que o Estado receberá para privatizar o estádio arcará com esses custos.
ORÇAMENTO ESTOURADO EM R$ 9 MI
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A reforma do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014 já custa R$ 9,1 milhões a mais do que o oficialmente previsto pelo governo do Rio de Janeiro. O contrato firmado para as obras no local passou por uma correção monetária. Com isso, o custo das adequações, que estava estimado em R$ 859,9 milhões, atingiu a marca de R$ 869,1 milhões no final do mês de agosto.
Em seu discurso durante o lançamento da pedra fundamental de um novo hotel que será construído no Rio, Cabral afirmou que o Maracanã será o estádio mais bonito e um dos mais confortáveis da América Latina após sua reforma. Disse que o equipamento esportivo terá um alto potencial de rentabilidade. No entanto, para que esse potencial seja explorado, ele tem que ser privatizado.
"Não tem cabimento um estádio como aquele ser tocado pelo governo", disse Cabral. "Eu sugiro que várias empresas participem. O Maracanã é um equipamento que, sobretudo nas mãos do setor privado, pode dar alta rentabilidade."
Cabral disse privatização do estádio ainda será discutida com a sociedade. O edital, que será analisado em audiência pública, poderá sofrer alterações baseado em sugestões apresentadas pela população. "O edital vai passar audiência pública, tudo isso. Ele pode ser alterado, mas tudo dentro do prazo. Não podemos esquecer dos prazos."
Ainda sobre os prazos e a preparação do Rio de Janeiro para a Copa do Mundo, Cabral disse tudo tem corrido conforme o cronograma. O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, ratificou isso e disse que algumas obras de mobilidade estarão prontas, inclusive, para a Copa das Confederações, já no ano que vem.
Paes, no início da semana, havia dito que o andamento da preparação do Brasil para a Copa estaria fazendo o país perder uma oportunidade de desenvolvimento trazida pelo torneio. Nesta quinta-feira, ele afirmou que não queria falar sobre o andamento das obras ao falar sobre a Copa. No entanto, voltou a dizer que acha que empresas e o governo poderiam aproveitar melhor o Mundial de futebol.
O prefeito também falou sobre a hotelaria do Rio de Janeiro. Disse que a falta de vagas em hotéis é um desafio que está sendo superado. Segundo ele, o lançamento da pedra fundamental de mais um empreendimento hoteleiro no Rio demonstra isso.
Lançado nesta manhã, o Hotel Grand Mercure Riocentro ficará ao lado do centro de eventos que abrigará o centro de mídia da Copa do Mundo. Com inauguração programada para o início de 2014, o hotel estará disponível para que jornalistas se hospedarem no Rio.
*Atualizada às 12h