"É a vida", diz Blatter sobre jogos no calor das 13 horas na Copa de 2014

Rodrigo Mattos

Do UOL, em Zurique (SUI)

  • Andrés Cristaldo/EFE

    Presidente da Fifa, Joseph Blatter, disse que a qualidade dos jogos não será afetada

    Presidente da Fifa, Joseph Blatter, disse que a qualidade dos jogos não será afetada

Apesar de partidas marcadas para horários e locais muito quentes ou muito secos, a Fifa afirmou ter pensado na saúde dos jogadores e não ter levado em conta questões comerciais para decidir os horários dos jogos da Copa-2014. Dirigentes da entidade atribuem o calendário de partidas com condições desfavoráveis à necessidade de atuar em todo o país e dizem que isso não afetará a qualidade do futebol.

No total, quase um terço dos jogos, ou 24 deles, são às 13 horas, horário mais quente em diversas das sedes dos jogos no nordeste ou norte. Ou são locais secos como Brasília.

Joseph Blatter
Joseph Blatter

"Grandes jogadores atuam em qualquer condição. Já jogaram ao meio-dia no México com sol alto. A qualidade do jogo não será afetada", afirmou o presidente da Fifa, Joseph Blatter ao justificar os horários divulgados ontem. "Em uma campeonato com 64 jogos, terá de jogar alguns jogos às 13 horas. É a vida."

O dirigente chegou a lembrar que em campeonatos de times jovens ou de mulheres o árbitro para a partida para que jogadores se hidratem. Não deixou claro se isso vai ocorrer no Mundial.

Irritado com os questionamentos sobre os horários, o secretário-geral da Fifa, Jerôme Valcke, afirmou que a tabela foi a possível diante da necessidade de espalhar 64 jogos pelo país inteiro e o descanso para os atletas. 

"Tudo que fazemos está errado. O cronograma de jogos está errado. Os horários estão errados. [irônico sobre a pergunta]. Há 64 jogos e 32 times e temos que ter dias de descanso. Afinal, tomamos a decisão de jogar em todo o Brasil. É uma país grande. Há diferenças de temperatura", justificou Valcke, para quem será "um pouco mais quente" no Norte e "um pouco mais frio" no Sul.

Ele negou de forma veemente que tenha levado em conta questões comerciais para decidir os horários dos jogos, e afirmou que a prioridade é a saúde dos atletas.

"Não consigo imaginar que você pense que se levou em conta a televisão e não na saúde dos jogadores. O que precisamos é uma grande Copa e o melhor futebol. Levamos em conta a saúde dos jogadores. Pode haver um lugar mais seco aqui e outro mais úmido ali", afirmou o dirigente. "A saúde dos jogadores e a qualidade do jogo estão no topo da lista das considerações. Não há questões comerciais no topo da lista."

Mas os horários escolhidos são perfeitos para a televisão europeia, que terá partidas no final da tarde (18 horas) e no seu horário nobre (20 horas e 21 horas). Apenas os jogos das 19 horas são mais tarde para os europeus.

Brasília, por exemplo, receberá cinco jogos às 13 horas em junho, período de seca na região. As quatro capitais nordestinas na região também receberão partidas às 13 horas. E Manaus, de alta umidade e calor, terá jogos às 15 horas.



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