04/07/2010 - 00h21

Apostas da Copa não vingam e abrem espaço para novos protagonistas

Do UOL Esporte
Em São Paulo

ESTRELAS SEM BRILHO DA COPA 2010

Lionel Messi
Fez bons jogos na 1ª fase, mas foi ofuscado por Higuaín e Tevez. Contra a Alemanha, quando precisou ser decisivo, desapareceu. Não marcou gols.
Cristiano Ronaldo
A campanha medíocre de Portugal é um reflexo das fracas atuações de seu principal jogador. Marcou um gol na goleada sobre a Coreia do Norte.
Kaká
Chegou à seleção com dores na coxa e se esforçou para recuperar a forma física. Não marcou gols, levou dois cartões amarelos e um vermelho.
Wayne Rooney
Reclamou demais sobre uma tal "falta de apoio dos torcedores", mas se escondeu em campo. Deixou a Copa com a pífia média de três finalizações por jogo

A fama era tanta que quando a Copa estava para começar, quatro ídolos do futebol já estavam entediados com o assédio excessivo da mídia. O argentino Messi, eleito o melhor jogador do planeta pela Fifa em 2009, o português Cristiano Ronaldo, o inglês Rooney e o brasileiro Kaká eram cotados ao posto de astro do Mundial da África do Sul. Para eles, porém, deu tudo errado.

Outros quatro jogadores chegaram à África de mansinho, sem fazer barulho, priorizando a força coletiva de suas respectivas equipes. O alemão Schweinsteiger, o espanhol David Villa, o holandês Sneijder e o uruguaio Forlán contrariaram as previsões e assumiram, pelo menos até o início das semifinais, os papéis de estrelas da Copa.

Sneijder ficou em evidência com os dois gols que marcou na vitória sobre o Brasil, sexta-feira, pelas quartas de final. Seu principal rival era justamente Kaká, que ainda se ressentia por não ter feito uma grande exibição na África do Sul. O pequenino meia holandês, amparado pela força coletiva de seu time, sacudiu os nervos da seleção brasileira quando marcou seu segundo gol, de cabeça. E Kaká, que deveria recuperar a tranquilidade de seus companheiros, foi vencido pela impaciência, deixando o Brasil naufragar.

Schweinsteiger, o maestro alemão, é mais um meia devotado ao poder coletivo de sua seleção. Sempre que foi acionado, agiu com determinação e frieza, driblou quando necessário e deixou Ozil, Klose e Muller em condições de marcar. Mesmo sem balançar as redes, ficou conhecido como o mais importante jogador do meio-de-campo alemão. Seu adversário no sábado, pelas quartas de final, foi o mais badalado jogador do Mundial: o argentino Messi.

AS SENSAÇÕES NA ÁFRICA DO SUL

Bastian Schweinsteiger
O jovem maestro é apontado como o novo Beckenbauer da Alemanha. Após cinco jogos, não fez gols, mas acertou mais de 90% dos passes.
David Villa
Não é um garotinho (faz 29 anos em dezembro), mas é incansável. Anotou cinco dos seis gols marcados pela a Espanha e é o artilheiro isolado do Mundial.
Wesley Sneijder
Chegou ao Mundial como um coadjuvante de Robben. Sem fazer barulho, dominou o meio holandês, marcou 3 gols e passou a ser temido pelos rivais.
Diego Forlán
É um dos atletas mais completos do Mundial. Lidera o Uruguai, auxilia na criação, faz gols (tem três na Copa) e ainda encontra tempo para ajudar na marcação.

Assim como Kaká, Messi tinha a fama de não ser extremamente produtivo com a camisa da seleção. Na primeira fase do Mundial, diante de oponentes mais frágeis, encantou com bons lançamentos e passes precisos. Porém, quando sua habilidade excepcional foi colocada à prova, falhou, dando razão à tal fama. A Argentina foi devorada pela Alemanha e Messi, que não fez nenhum gol na Copa, só pôde colocar as mãos na cabeça e lamentar a eliminação de seu país.

A campanha de Cristiano Ronaldo por Portugal só não foi mais desastrosa que o trabalho de Wayne Rooney pela Inglaterra. O português, que reclamou bastante da marcação dos defensores adversários, só marcou um gol na África, quase sem querer, na goleada por 7 a 0 sobre a frágil Coreia do Norte. Assim como na Copa de 2006, quando seu país foi desclassificado pela França, Cristiano Ronaldo deixou um Mundial sufocado pela imagem de não ser objetivo quando necessário.

Rooney, assim como Kaká, sofreu com problemas físicos antes do início da Copa, mas, nem o mais cético dos ingleses poderia imaginar que o astro do país deixaria o Mundial de cabeça baixa, sob um coro de vaias. A Inglaterra se classificou para a segunda fase com muita dificuldade e, na sequência, foi humilhada pela Alemanha nas oitavas. Rooney também não marcou gols.

A Espanha era famosa por ser uma das potências coletivas da Europa. O entrosamento era tanto que ficava difícil escolher um nome de destaque. A partir da Copa de 2010, ficou mais fácil. O “cara” que decide é o atacante David Villa, artilheiro do Mundial com cinco gols. Também já é o maior artilheiro da história da Espanha em Copas, com oito (marcou três em 2006).

Forlán, estrela uruguaia, ganhou força durante a competição. Já marcou três gols no Mundial e foi decisivo contra Gana ao empatar o jogo. Também é adepto da coletividade e sabe que sua seleção ainda é dependente da consistência defensiva.

 

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