Fábio Luiz Pereira, 42 anos, morto nesta quarta-feira devido à queda de um guindaste em cima do caminhão que operava no estádio Itaquerão, tinha três grandes paixões: sua família, a vida no campo, e o Corinthians.

Natural de Curitiba, no Paraná, mudou-se ainda menino para Ourinhos, no interior de São Paulo. A família de agricultores teve de migrar para a cidade quando a vida no campo ficou difícil, mas Fábio nunca esqueceu dos tempos na fazenda. "Sempre que podia ele alugava uma chácara para levar a família para passar o fim de semana", conta o sobrinho, Paulo Pereira.

Sempre trabalhou dirigindo e operando caminhões. Morava em Limeira havia oito anos, e trabalhava para a BHM Transporte. Foi um dos primeiros da empresa a trabalhar na obra do Itaquerão. "Sempre foi o líder. Era um cara super animado, super para cima. Não tinha tempo ruim para ele" afirma o amigo Augusto Sertório, que também trabalha para a BHM no Itaquerão.

"Ontem (terça-feira) foi meu aniversário e ele fez questão que a gente comemorasse. Ficamos tomando cerveja e comendo carne até dez e meia da noite", diz, emocionado, Sertório. A diversão também envolvia jogar truco. Quem perdesse pagava a pizza.

Nunca largou a mania de pentear o cabelo com os dedos e o amor pelo Corinthians. "Ele ficava quietão quando o time perdia", conta o amigo Augusto. Mesmo sem ser fanático, chegava ao ponto de ter um adesivo do Corinthians no aparelho Sem Parar do caminhão.

Pai de três filhas, a mais velha com 20 anos, trabalhava de segunda a sábado em São Paulo e e voltava para Limeira no domingo. Enquanto estava na capital paulista, não passava um dia sem ligar para a família. Estava feliz porque tinha comprado uma moto para a filha.