A manifestação marcada para esta quarta-feira pelas ruas de Belo Horizonte teve início na praça 7 de Setembro, na região central da capital mineira e já acumula cerca de 40 mil pessoas. Com a multidão reunida, às 13h, e com a ajuda de um carro de som, o grupo, que no início fazia muito barulho, decidiu sentar e decidir o rumo do protesto. Após votação, os manifestantes decidiram ir até o estádio do Mineirão, onde será disputado o jogo entre Brasil e Uruguai.

Os manifestantes pretendem caminhar pela Rua Antônio Carlos em direção ao estádio. Policiais Militares, porém, fecham a Rua Antônio Abrahão Caram, que dá acesso ao estádio. Um acordo do Comitê de Atingidos Pela Copa, um grupo que lidera o movimento, com o governador de Minas Gerais, Antônio Anastasia, havia decidido na última terça-feira que os manifestantes não passariam pelo local e, assim, não haveria confronto com a polícia.

Neste momento, a marcha já ocupa todo o caminho entre a rodoviária e o viaduto República do Líbano. De acordo com o comando geral da PM mineira, já são 40 mil pessoas no percurso.

A PM está distribuindo panfletos às pessoas que estão no local pedindo paz e também um mapa do entorno do Mineirão para mostrar até onde a manifestação pode seguir. Um dos manifestantes, Varlúcio Gomes da Silva, de 24 anos, foi detido em uma rua próxima a praça 7 de Setembro, portando maconha e bolinhas de gude.

As bolinhas de gude são consideradas uma ameaça pois podem ser atiradas contra os policiais e também são usadas para os cavalos do batalhão escorregarem.  

O Sindpol (Sindicato dos Servidores da Polícia Civil Estado de Minas Gerais) também aproveitou a manifestação para lutar pela sua causa. Os policias estão parados desde o dia 10 de junho e trabalham com apenas 30% do efetivo por exigência da lei. O sindicato é contra a existência da Força Nacional e também a sua presença em Belo Horizonte e também acusa a Polícia Militar de infiltrar pessoas nas manifestações para iniciarem atos de vandalismo.  

Cerca de dez manifestantes também já estão em frente ao hotel da seleção brasileira. De forma pacífica, eles mostram faixas de protesto. Em uma delas pedem que os jogadores 'ganhem em campo, porque nas ruas, o povo vai ganhar'. O ônibus da equipe é protegido por policiais. 

Belo Horizonte tem sido palco de grandes protestos e que costumam acabar em confusão e ação da polícia. Por isso, a preocupação é grande para a partida entre Brasil e Uruguai, às 16h, no Mineirão, pela semifinal da Copa das Confederações. Um verdadeiro esquema de guerra está sendo montado no entorno do estádio. 

As ruas de acesso na chamada "área Fifa" estão cercadas por grades e até a Polícia do Exército está no local para garantir a segurança de quem pretende ir ao jogo. No total, 30 veículos (25 caminhões e 5 carros) estão parados em um estacionamento.  Dois helicópteros também fazem a patrulha.

Também preocupados com a ação de vândalos, como na última manifestação no sábado, diversos estabelecimentos colocaram tapumes em suas fachadas como forma de proteção.

*Atualizado às 14h21