Protestos fazem jogadores da seleção temerem por segurança de familiares

Luiz Paulo Montes e Ricardo Perrone

Do UOL, em Belo Horizonte

  • NelsonAlmeida/AFP

    Ameaças de protestos em Belo Horizonte deixam jogadores da seleção temerosos

    Ameaças de protestos em Belo Horizonte deixam jogadores da seleção temerosos

A ameaça de protestos e de confrontos entre policiais e manifestantes em Belo Horizonte deixou jogadores da seleção brasileira com medo.  Alguns dos atletas estão com familiares e amigos na capital mineira para o duelo entre Brasil x Uruguai, pela semifinal da Copa das Confederações, nesta quarta-feira.

"Os ônibus das delegações chegam ao Mineirão. Algum jeito é dado. Fazem escolta, fecham ruas... O problema são os familiares, mulheres, amigos. E até mesmo o público que vai para o jogo, né? Sou a favor das manifestações, mas tenho medo do que vai acontecer", admitiu um dos atletas, que pediu para não ser identificado.

Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da CBF disse que não é função da confederação garantir a segurança de quem vai ao jogo.  Afirma se tratar de responsabilidade exclusiva dos órgãos de segurança público.

O medo dos atletas aumentou desde que Susana Werner, esposa do goleiro Julio Cesar, foi assaltada em Fortaleza, após a vitória do Brasil sobre o México, na primeira fase da competição. Quando chegava ao hotel, ela foi abordada por um bandido, armado, que levou seus pertences e dinheiro.

Tanto é que Susana mudou seus hábitos quanto à presença em jogos da seleção nos próximos dias. Segundo o empresário Josias Cardoso, a família não vai mais divulgar em quais jogos estará presente, para evitar exposição.  Antes da partida na capital cearense, ela teria colocado em uma rede social que estaria na Arena Castelão.

"Pelo que a gente tem ouvido, vai dar m.... com certeza. Li que vai ter manifestação de 50 mil pessoas. Tá maluco. Só quero todo mundo bem", completou o mesmo jogador.

Um dos jogadores receosos é Fred. Ele tem 50 ingressos que serão usados por parentes e amigos, mas teme pela segurança deles. O principal problema é que o atacante não conseguiu liberar o acesso de um veículo com seus parentes ao Mineirão por causa de restrições da Fifa.  A maior preocupação é com sua filha de 7 anos. O jogador não sabe se deixará ela ir ao jogo. O próprio atacante discute com seu estafe a melhor forma de proteger os parentes.

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