Marin se emociona em anúncio e agradece "amigo" Andrés Sanchez: "portas da CBF estão abertas"
Pedro Ivo Almeida e Vinicius Konchinski
Do UOL, no Rio de Janeiro
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Mowa Press/Divulgação
Com Marin (f), Parreira e Felipão, seleção brasileira deve voltar a falar em patriotismo
O final da entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira para anunciar o retorno do técnico Luiz Felipe Scolari e do coordenador Carlos Alberto Parreira à seleção brasileira demonstrou que, com José Maria Marin, a emoção volta a aparecer no comando da CBF. Ao contrário de seu antecessor, Ricardo Teixeira, que sempre aparecia de cara fechada e pouco falava, Marin se emocionou ao falar sobre patriotismo. E ainda aproveitou para tentar uma reaproximação com Andrés Sanchez, que pediu demissão da entidade na quarta-feira.
Questionado sobre as escolhas de Parreira de Felipão, Marin se exaltou e ficou com a voz embargada. O cartola destacou que com os títulos mundiais conquistados em 1994 e 2002, além dos trabalhos internacionais, a dupla tem total apoio popular.
"Estou com a consciência tranquila. Como brasileiro e torcedor, tenho certeza absoluta que os dois, pelo passado, pela competência, pelo respeito, irão corresponder plenamente a nossa confiança e a do torcedor brasileiro", falou Marin, que ainda disse ter recebido telefonemas e até telegramas de presidentes de clubes e federações parabenizando-o pela escolha.
"Luiz Felipe Scolari e o Carlos Alberto Parreira são conhecidos no mundo inteiro, e eu assumo a responsabilidade da nossa decisão. Tenho certeza: posso receber algumas críticas, mas a maioria esmagadora do torcedor brasileiro está aplaudindo a nossa decisão e nossa escolha", declarou o presidente da CBF.
Mesmo emocionado, o cartola não esqueceu do lado político e abriu uma brecha para uma reaproximação com Andrés Sanchez, que pediu demissão do cargo de diretor de seleções da CBF na quarta-feira. "Ao meu amigo Andrés Sanchez, um agradecimento. As portas da CBF sempre estarão abertas [para Andrés e para o ex-técnico da seleção Mano Menezes]. Ao Mano, a sua comissão, ao Sanchez, desejo felicidades a eles e insisto: portas abertas", discursou. "Respeito a posição do Andrés Sanchez. Respeito profundamente. Vivemos em um pais democrático e ele tem seu direito de manifestação. Já tinha manifestado pessoalmente seu ponto de vista. Ao reafirmar essa posição, acho normal e compreendo. E isso não abala a nossa amizade".
O ex-presidente do Corinthians pediu demissão por falta de influência no cargo. Entre suas justificativas, inclusive, ele disse que não queria ser "Rainha da Inglaterra" da seleção, lembrando que foi voto vencido na reunião que definiu a saída de Mano Menezes e que não tinha sido consultado na escolha do novo treinador da seleção. Sanchez era o último dos cartolas ligados a Ricardo Teixeira que ainda mantinham o poder na CBF na Era Marin. O corintiano também é considerado uma força de oposição ao atual comando da entidade.