Arquibancadas móveis do Itaquerão custarão R$ 35 milhões, metade do estimado por construtora

Paulo Passos

Do UOL, em São Paulo

A Ambev anunciou na manhã desta terça-feira que as arquibancadas móveis a serem construídas no Itaquerão custarão R$ 35 milhões e que a própria empresa, junto de outras parceiras ainda não anunciadas, será a responsável por arcar com o valor. A estrutura temporária é necessária para deixar o futuro estádio corintiano dentro das exigências da Fifa para sediar o jogo de abertura da Copa do Mundo de 2014.

Inicialmente, Odebrecht, responsável pela construção do estádio, estimava custo de R$ 70 milhões para deixar o Itaquerão dentro das exigências da Fifa. No projeto inicial, o Governo do Estado bancaria a obra, o que foi depois descartado.

A contratação da empresa fornecedora da arquibancada móvel será feita até dezembro deste ano. A gigante do mercado de bebidas irá buscar novas empresas para fazer uma parceria com aporte suficiente para bancar a obra, porém, não existe ainda uma data para que as parceiras sejam anunciadas.

A empresa ainda revelou que as arquibancadas serão retiradas assim que a Copa do Mundo terminar, descartando a possibilidade de devolver o estádio para o Corinthians com a capacidade máxima. A obra começa em dezembro e tem prazo para serem entregues até dezembro de 2013.

O estádio foi projetado pela Odebrecht para receber 48 mil pessoas, porém a Fifa exige que, no mínimo, 65 mil lugares para o jogo de abertura da Copa. Por isso, a necessidade das arquibancadas móveis, que deixarão a arena com capacidade para 68 mil pessoas.

O contrato firmado entre o Corinthians e a Odebrecht para a construção do Itaquerão estabelece um preço fixo para a obra de R$ 820 milhões, mas deixa fora deste montante uma série de equipamentos e obrigações que irão elevar o custo da empreitada a cerca de R$ 1 bilhão.

Obras no Itaquerão
Obras no Itaquerão

De acordo com o contrato, entre os equipamentos estão camarotes blindados e climatizados, centro de televisão (broadcasting compound) com 7.000 metros quadrados e sistema de TI (tecnologia da informação) convergente e redundante: em caso de pane elétrica ou travamento de hardware, outro entrará em funcionamento imediatamente. Isso vale para geradores elétricos e servidores. Também é exigido um restaurante exclusivo para convidados da Fifa.

Para se ter uma ideia no custo envolvido na montagem dessas instalações, em agosto do ano passado, quando a Odebrecht ofereceu um orçamento de R$ 1,5 bilhão para o Corinthians, o então presidente do clube, Andrés Sanchez, disse que aquele valor era condizente com as exigências da Fifa para um estádio de abertura de Copa do Mundo: "O estádio, sem a Copa do Mundo e sem a abertura, custaria bem menos, porque a Fifa exige hospitalidade para VIPs, não sei quantos mil lugares de imprensa (a Fifa exige 5.000 lugares de imprensa), que vai tudo para baixo depois, acessos para o VIP do VIP. Isso encareceu".

Posteriormente, foram retirados do orçamento oferecido pela Odebrecht os tais itens exigidos pela Fifa para os seus VIPs, e a construtora conseguiu chegar ao valor de R$ 820 milhões.

Agora, dirigentes do Corinthians afirmam que tais custos deveriam ser de responsabilidade do governo estadual, já que são equipamentos necessários para a abertura da Copa, e não de interesse do Corinthians. Já autoridades do governo estadual de São Paulo afirmam que só respondem pelas arquibancadas móveis.

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