Fifa exclui impedimento de pacote high tech e torce por tecnologia 'barata' no Mundial de Clubes

Gustavo Franceschini, Pedro Ivo Almeida, Vinicius Castro e Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • AFP PHOTO / FABRICE COFFRINI

    Presidente da Fifa, Joseph Blatter está atento aos processos de mudanças no futebol mundial

    Presidente da Fifa, Joseph Blatter está atento aos processos de mudanças no futebol mundial

Arredia com a implantação da tecnologia no futebol, a Fifa dará um passo importante na disputa do próximo Mundial de Clubes, em dezembro, no Japão. A entidade máxima testará dois sistemas durante a competição para determinar se a bola ultrapassou a linha do gol. A expectativa dos dirigentes é a de economizar com o método eleito para estender mundialmente o novo recurso.

O método vencedor será utilizado na Copa das Confederações de 2013 e na Copa do Mundo de 2014. No entanto, o mesmo processo envolvendo a questão do impedimento já está antecipadamente excluído do pacote high tech. A decisão foi anunciada na Soccerex, feira de futebol no Rio de Janeiro.

Durante os jogos do Mundial de Clubes, em que o Brasil será representado pelo Corinthians, os dois sistemas vão disputar uma espécie de concorrência. A Fifa deseja saber qual o mais eficiente para a arbitragem. O primeiro trabalha com um chip que confirma quando a bola ultrapassou a linha do gol. Já o segundo, a exemplo do que acontece no "olho de águia" do tênis, usará algumas câmeras que calculam automaticamente se o gol foi legal. A tecnologia vencedora ficará de legado para os 12 estádios do Mundial do Brasil.

Joseph Blatter
Joseph Blatter

A Fifa tem algumas preocupações no processo. O primeiro gira em torno de fazer com que a tecnologia não atrapalhe o fluxo do jogo. Até por isso, as câmeras não mostrarão o replay ao público. Os dirigentes entendem que a informação passada pelo equipamento concerne apenas ao árbitro e aos auxiliares. O segundo é claramente com o fluxo de caixa. Por se tratar de um investimento caro, a torcida é para que a tecnologia mais "barata" vença a licitação. Desta forma, o recurso poderá ser espalhado mundialmente de maneira mais rápida.

"Todos os árbitros vão receber o aviso se a bola entrou. Lógico que nos preocupamos com o montante. A ideia não é fazer com que isso seja usado apenas nos estádios de primeira linha. É uma evolução do futebol. Vai demorar um pouco, mas irá acontecer. Se os dois sistemas funcionarem bem teremos que escolher o mais barato, lógico. Aí é uma conversa com as empresas e a busca pelo entendimento", explicou Christoph Schmidt, chefe de gabinete da secretaria geral da Fifa.

Prolongar a evolução para a linha do impedimento, que também gera inúmeras dúvidas está antecipadamente descartado pela entidade. "Não seria interessante. O jogo teria que parar. Se você usa a tecnologia para fazer algo mais, ou passando replays no telão, como ocorre com o cricket e tênis, poderia matar o jogo. A ideia é a de não atrapalhar a partida. Os protagonistas são os jogadores, não a arbitragem. Isso tudo também evita um desgaste emocional considerável", comentou o dirigente.

Vitor Baía, ex-goleiro de Porto e Barcelona, assegurou que as evoluções serão fundamentais para o futuro do esporte. "Acredito que os resultados dos jogos serão mais justos e o ritmo da partida não sofrerá alterações. Os árbitros não precisarão perder tempo consultando os auxiliares. E acho que a maioria deles é a favor da tecnologia no futebol. Isso é o futuro. A modernidade está presente em tudo o que fazemos", encerrou.

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