Chelsea rouba posto de clubes tradicionais e se torna principal base da seleção brasileira

Fernando Duarte

Do UOL, em Wroclaw (Polônia)

  • AFP PHOTO / BJORN LINDGREN

    Meia Oscar, um dos representantes do Chelsea na seleção; clube representa mudança na seleção

    Meia Oscar, um dos representantes do Chelsea na seleção; clube representa mudança na seleção

A piada circulando em algumas contas de twitter de torcedores do Chelsea durante a partida da seleção brasileira contra o Iraque era que, jogando de azul e com David Luiz, Ramires e Oscar em campo, quem estava jogando parecia ser a equipe londrina. Infame ou não, a tirada ilustra o que se pode chamar de mudança de eixo na representação clubística na seleção, que agora acompanha o padrão dos emergentes do futebol europeu.

Se em tempos anteriores os clubes espanhóis e italianos monopolizavam os atletas, hoje é o Chelsea quem mais jogadores tem na equipe convocada por Mano Menezes para os jogos em Malmo e Wroclaw, situação inédita para um time da Inglaterra na seleção. Desde 2003, quando foi adquirido pelo oligarca russo do petróleo Roman Abramovich, o clube londrino gastou mais de US$ 500 milhões em reforços, um investimento que resultou em três títulos do Campeonato Inglês e, na temporada passada, no tão desejado primeiro troféu da Liga dos Campeões da Europa.

Clube controlado pela família real do Qatar, o bilionário reino do Oriente Médio que sediará a Copa do Mundo de 2022, o Paris Saint-Germain já teve jogadores na seleção, o mais famoso deles Raí. Mas sua presença nas listas da CBF deverá ser ainda mais constante: além de ter assinado com Thiago Silva, tirando-o do Milan, a equipe parisiense contará com Lucas a partir de janeiro.

Do pelotão tradicional do futebol europeu, apenas o Real Madrid (Kaká e Marcelo) está representado por mais de um jogador, ainda que a presença solitária de Adriano como jogador do Barcelona seja consequência do corte de Daniel Alves. Outrora dominante na concentração de jogadores brasileiros, a Itália conta apenas com Leandro Castán, da Roma, e não há nenhum atleta de Milan ou Inter.

Mas outro sinal das mudanças na geopolítica do futebol na seleção é a presença de Giuliano, do ucraniano Dnipro, e de Hulk, que se tornou o sétimo jogador mais caro da história quando foi contratado pelo Zenit, de São Petersburgo (Rússia), no início da temporada. Ironicamente, debaixo das barbas do Chelsea.

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