Resignado, Zico se consola com a volta do sorriso de Kaká

Fernando Duarte

Do UOL, em Malmö (Suécia)

  • Mowa Press

    Zico, técnico do Iraque, observa ao duelo entre seus comandados contra o Brasil, seu país de origem, em Malmo (SUE)

    Zico, técnico do Iraque, observa ao duelo entre seus comandados contra o Brasil, seu país de origem, em Malmo (SUE)

Em sua entrevista coletiva após sofrer sua maior derrota como treinador da seleção iraquiana, o ex-craque Zico minimizou os efeitos morais que o placar de 6 a 0 poderá ter sobre um grupo de jogadores que na terça-feira faz contra a Austrália um jogo crucial em suas pretensões de disputar a Copa do Mundo de 2014, no Brasil.

VOLTA DE KAKÁ TEM GOLEADA

  • Meia voltou à seleção após mais de dois anos, na vitória de 6 a 0 sobre o Iraque

''Não terá nenhuma influência, foi um jogo amistoso. O que vale para nós é contra a Austrália, em que estão três pontos em jogo.  Se tivéssemos perdido de Fiji, aí sim eu estaria preocupado. Na verdade, até gostaria que o Iraquer tivesse mais oportunidades de disputar partidas de qualidade contra equipes sul-americanas'', explicou Zico.

O ex-craque, porém, voltou a lembrar que enfrentar o Brasil em Malmo foi uma decisão tomada à sua revelia pela Federação Iraquiana de Futebol – o treinador, na verdade, pedira um adversário com um estilo de jogo mais similiar ao dos australianos, como Irlanda, Escócia ou País de Gales – infelizmente, os dois últimos sequer poderiam considerar o convite, pois jogam entre si nessa sexta pelas eliminatórias europeias.

''Estou aqui há um ano e só agora tivemos a chance de enfrentar uma equipe forte. Quando arrumaram, veio na hora errada. Estávamos numa temperatura altíssima (no Oriente Médio) e tivemos que viajar para a Europa, agora viajando de volta muito perto do jogo. Isso é que influi bastante'', queixou-se o brasileiro.

Foi a terceira partida de Zico contra o Brasil. No comando do Japão, ele mediu forças com a seleção em duas competições seguidas: a Copa das Confederações de 2005 e o Mundial de 2006, ambos na Alemanha. Se no torneio de aquecimento houve um empate em 2 a 2, num jogo duríssimo, na Copa do Brasil venceu por 3 a 1 sem muitos problemas. Do jogo de Malmo, o ex-craque gostou apenas de ter visto a volta de Kaká.

SELEÇÃO NÃO LOTA ESTÁDIO

  • Goleados, os iraquiano jogaram "em casa" na Suécia. Os torcedores árabes eram maioria no estádio Sweedbank, em Malmö. Mais de 100 mil imigrantes do Iraque moram na região da cidade sueca. Mesmo assim, o estádio não lotou. Pouco mais de 14 mil pessoas viram o jogo. O estádio tem capacidade para 21 mil torcedores.

''É muito bom vê-lo sorrir novamente e tive a oportunidade de dizer isso para ele. Para quem volta de uma lesão o importante é ser profissional para se recuperar. Ele foi bem no jogo e mostrou que está em condições e que pode ajudar muito a seleção brasileira.

Zico também teve tempo para explicar a mudança radical que fez no time no meio do segundo tempo, quando realizou cinco alterações de uma só vez.

''Não se pode perder, mas sim perder da forma como alguns se apresentaram. Alguns jogadores mostraram que não estão no melhor de sua condição. Mas a limitações no Iraque são grandes. Os jogadores não têm sequer chuteiras adequadas para jogar em gramados como o do jogo aqui na Suécia. Na Zona Asiática, os gramados são todos secos, duros. A diferença é muito grande de profissionalismo e de parte técnica", disse o brasileiro.

 

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