Governo do RJ inclui gasto para construção de quatro cadeias em conta da Copa e Olimpíada

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • Divulgação/Governo do Rio de Janeiro

    Governador Sérgio Cabral toma empréstimo de R$ 3,6 bilhões junto ao Banco do Brasil

    Governador Sérgio Cabral toma empréstimo de R$ 3,6 bilhões junto ao Banco do Brasil

O governo do Rio de Janeiro conseguiu neste mês um empréstimo de R$ 3,6 bilhões do Banco do Brasil, o maior já concedido pelo banco a um estado brasileiro. Para obter todo esse dinheiro, usou como argumento a extensa lista de obras que o estado precisa concluir para poder sediar sem problemas a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016.

Uma lista tão comprida que inclui até gastos com a construção de cadeias. Isso mesmo. O governo do Rio de Janeiro incluiu na sua lista de preparativos para a Copa e Olimpíada a construção de quatro casas de custódia. Usará o empréstimo do BB para pagá-las.

As quatro casas de custódia serão erguidas nas regiões Centro-Sul, Serrana, da Costa Verde e Baixadas Litorâneas do estado. O valor de cada uma delas ainda não está definido, mas o governo já informou que pretende investir R$ 120 milhões nas quatro obras, além da construção da sede da Companhia de Operações Especiais (COE) da Polícia Militar.

A Secretaria de Obras do Rio de Janeiro é a responsável pelas construções. De acordo com o órgão, as quatro novas casas de custódia terão vagas para 2 mil detentos e projeto arquitetônico moderno. "Estas unidades prisionais são construídas em concreto pré-moldado com adição de fibras de polietileno, resultando numa maior agilidade, precisão na construção e aumento nas condições de segurança", afirmou a secretaria, em comunicado enviado ao UOL.

Ainda a segundo a secretaria, todas as casas de custódia terão celas destinadas às visitas íntimas de presos. Também serão adequadas para receber detentos com necessidades especiais.

Já sobre a relação das cadeias com os grandes eventos esportivos, o governo do Rio de Janeiro informou que as construções vão possibilitar que policiais civis que hoje cuidam de presos em delegacias saiam às ruas. "O policial poderá se dedicar 100% ao cidadão ao invés de cuidar de guarda, alimentação e transporte de presos", informou.

O governo fluminense também argumentou que "uma cidade que vai receber uma Olimpíada ou grandes eventos deve se preparar para atender a população em todos os setores, como saúde, transportes, segurança e, inclusive, unidades prisionais".

Já o Banco do Brasil, que emprestou o dinheiro para as cadeias, afirmou em resposta ao UOL que fiscaliza a aplicação dos recursos emprestados. Afirmou também que "os projetos financiados estão adequados ao escopo do Programa Pró-Cidades, que contempla melhorias da infraestrutura rodoviária e urbana e da mobilidade das cidades do Rio de Janeiro".

O banco não explicou, porém, qual a relação existente entre a construção das quatros cadeias no Rio de Janeiro com a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016.

Obras da Copa
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