Kaká é expulso de campo pelo árbitro Stephane Lannoy contra a Costa do Marfim |
Kaká, você lembra quando tinha sido sua última expulsão?
A última foi pelo São Paulo ainda. Tinha sido expulso duas vezes na carreira, uma contra o Goiás no Morumbi e outra pelo Santos, quando jogava no São Paulo ainda.
O vermelho foi justo?
As imagens vão falar por mim. A Fifa vai ver, quem quiser analisar vai ver. Recebi milhões de mensagens de apoio e a grande maioria era dizendo que foi injusto.
Os marfinenses jogaram sujo?
No começo do jogo houve lances duros, mas sem maldade. Mas no final eles começaram a bater e os lances ficaram mais violentos. Isso não é legal para nós nem para o jogo.
O meia Kaká deixou a vitória contra a Costa do Marfim afirmando que o cartão vermelho que levou foi injusto. “Recebi milhares de mensagens dizendo isso”, falou, ao se dirigir para o ônibus. A expulsão, porém, pode ser um bom sinal para a seleção brasileira.
Em Copas do Mundo, o Brasil costuma ser uma equipe disciplinada, mas, nas duas últimas vezes em que teve um jogador expulso, em 1994 (Leonardo) e 2002 (Ronaldinho), a seleção foi campeã. Em comparação, em 1998 e 2006, nenhum vermelho para o Brasil.
Apesar da boa história dos vermelhos brasileiros, a seleção saiu insatisfeita com a maneira como o juiz Stephane Lannoy comandou o jogo. “Não fiquei lá para brigar. Não fiquei no tumulto. As imagens falam mais do que as palavras. Por isso, não vou falar sobre o juiz”, disse Kaká. “No fim do jogo, o clima esquentou e algumas jogadas foram mais desleais, posso dizer assim. E isso não fica legal para ninguém. Nem para quem está jogando, nem para quem está assistindo. Mas a Fifa sabe o que fazer com os árbitros”, completou o meia.
O goleiro Julio Cesar, que tentou tirar Kaká da confusão após a trombada entre o meia e o marfinense Tioté, defendeu o companheiro e criticou o juiz. “O Kaká está triste porque não fez nada. O jogo se encaminhou para uma situação em que ele [o árbitro] precisava se impor. Acabou expulsando o Kaká. Ele queria controlar o clima quente e acabou tomando uma atitude errada. Mas o importante é que nos classificamos antecipadamente e ele [Kaká] vai poder repousar no terceiro jogo. Quem vai substituí-lo vai poder jogar bem”, defendeu o goleiro.
O atacante Robinho foi mais duro: “Eles estavam batendo desde o começo do jogo. A gente estava tentando jogar bola. O cara [Tioté, que caiu após a trombada com Kaká] tentou simular. O Kaká jamais daria uma cotovelada. O árbitro acabou expulsando e nos prejudicou. Fica mais um alerta para os árbitros. Quando ele assistir ao lance do Kaká, vai pensar no que fez. Tomou a decisão errada”.
Em 2002, quem levou o cartão vermelho foi Ronaldinho Gaúcho. Após o gol de falta que marcou a vitória sobre a Inglaterra, nas quartas de final, o meia-atacante deu uma entrada mais dura sobre Mils e acabou expulso pelo árbitro mexicano Felipe Ramos Rizo – que, até aquele momento, não tinha mostrado nenhum cartão no jogo.
Em 1994, o expulso foi Leonardo, em uma jogada que marcou o então lateral-esquerdo por muito tempo. Nas oitavas de final, ele deu uma cotovelada no rosto de Tab Ramos. O norte-americano sofreu uma séria fratura na face e o brasileiro não voltou a atuar no Mundial.
Em comparação, nas outras duas Copas disputadas no mesmo período o Brasil não teve expulsos, mas o resultado foi outro. Em 2006, o Brasil levou o prêmio “Fair Play” da Fifa, mas acabou eliminado nas quartas de final pela França. Em 1998, mais uma Copa do Mundo sem vermelhos e a derrota na final para a França.
O cartão de Kaká teve, também, uma função histórica. Com ele, o Brasil empatou com a argentina no ranking de expulsões em Copas do Mundo. Foi a décima expulsão de um brasileiro. A Argentina já tinha chegado à marca em 2006, quando Leandro Cufré foi expulso contra a Alemanha, pelas quartas de final.
Antes de Kaká, foram expulsos pelo Brasil em Copas Zezé Procópio e Machado em 1938, Nilton Santos e Humberto Tozzi em 1954, Garrincha em 1962, Luiz Pereira em 1974 e Ricardo Gomes em 1990, além de Leonardo em 1994 e Ronaldinho em 2002.
Pela Argentina, os vermelhos são de Rafael Albrecht e Antonio Rattin em 1966, Américo Gallego e Diego Maradona em 1982, Ricardo Giusti e Pedro Monzón em 1990, Ariel Ortega em 1998 e Claudio Canniggia em 2002, além de Cufré.
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