20/06/2010 - 17h33

Famílias buscam bares para ver e comemorar a 2ª vitória brasileira

Guyane Araújo e Isabella Lacerda
Em Belo Horizonte

Domingo de sol e céu azul, com jogo do Brasil pela Copa do Mundo, é sinônimo de bares lotados, por toda a cidade de Belo Horizonte, conhecida como a capital nacional dos bares. As ruas vazias, praticamente sem carros, contrastavam com o ambientes lotados de bares e restaurantes durante a vitória sobre Costa do Marfim, por 3 a 1. Foi assim, por exemplo, no Amarelinho, da Savassi, na Zona Sul, que recebeu cerca de 350 pessoas.

FAMÍLIAS NOS BARES EM BH

  • Guyane Araújo/UOL Esporte

    Casais, pais e filhos, muitas pessoas viram a vitória do Brasil

  • Guyane Araújo/UOL Esporte

    Famílias de cidades do interior vieram aos bares da capital

“Torcemos muito para o Brasil, por isso, quisemos vir aqui, para acompanhar o jogo. No bar a gente pode comemorar com outras pessoas”, comentou o estudante Gustavo Ferreira, de 11 anos, que estava junto com os primos Débora e Lucas Garibaldi, de nove e oito anos. Os três estavam acompanhados pela madrasta de Gustavo, Ana Maria Matoso.

Ela justifica o fato de levar as crianças a um bar pelo “ambiente familiar” do local e por atender a um pedido de Gustavo, apaixonado por futebol e pela seleção brasileira, que pediu para acompanhar o jogo ali. “Não vejo problemas, mesmo com o público predominantemente mais velho”, observou Ana Maria.

Ainda no Amarelinho, da Savassi, o casal de advogados Lorena Seidel, de 39 anos, e Augusto Oliveira, 46, assistiam em uma pequena mesa o segundo jogo do Brasil em terras sul-africanas. Ambos são pernambucanos, mas ele, por motivos profissionais, está residindo em Belo Horizonte.

Para assistir jogos da Copa do Mundo, ao lado do marido, Lorena deixou seus dois filhos em Recife. Ela conta que escolheu o Amarelinho por ser perto da casa do marido, ter uma comida boa e pelo ambiente familiar. A advogada não sabe ainda se estará em Belo Horizonte, na próxima sexta-feira, quando o Brasil enfrenta Portugal. Mas adiantou que se estiver, pretende voltar ao bar, localizado à Rua Antônio de Albuquerque.

Para assistir a partida entre Brasil e Costa do Marfim, os torcedores que optaram pelo Amarelinho tiveram de pagar R$ 30 por pessoa, valor revertido em consumação. “Acho justo, assim ninguém leva prejuízo”, avaliou Ana Maria Matoso. Por mais R$ 2, os presentes podiam participar de um ‘bolão’ do jogo deste domingo.

Oito pessoas que acertaram o marcador dividiram o prêmio de R$ 110. “Fiquei muito feliz em ganhar o Bolão. É pouco dinheiro, mas o que vale é acertar o placar”, comemorou o estudante Pablo Escobar, de 23 anos. De acordo com o gerente do local, Fernando da Mata, o bolão foi criado este ano, a partir da constatação que as pessoas gostam de brincar durante a partida.

O Amarelinho da Savassi existe há sete anos e, desde a Copa de 2006, na Alemanha, adotou o modelo da consumação no valor de R$ 30. “Acreditamos que fica mais fácil controlar a frequência e o gasto”, afirmou o gerente, observando que esse preço corresponde ao valor médio que é gasto no estabelecimento em dias normais.

Gente de fora

Não foram apenas os belo-horizontinos que foram aos bares. Carlos Magno de Melo, de Santa Bárbara, cidade a cerca de 100 quilômetros da capital, trouxe a família a passeio a Belo Horizonte. Eles acompanharam o segundo triunfo brasileiro no bar Ponto do Espetinho, no Bairro Santa Efigênia, na Zona Leste.

“Vim para assistir em BH, já morei aqui e gosto da cidade. Em toda Copa pelo menos um jogo eu assisto em BH. Acho mais animado assistir em um bar”, ressalta. Carlos está com boa expectativa para os jogos do Mundial. “A expectativa é de ganharmos o jogo e a copa”, justificou Carlos Magno.

Após largar o serviço de faxina no Hospital da Santa Casa, Thelma Moraes e seus amigos do trabalho procuraram um bar próximo à região para torcer pela seleção e também escolheram o Ponto do Espetinho. “Saímos às três horas e como não ia dar tempo de chegar em casa procuramos um bar. Aqui é bom, animado, tem a televisão. No bar é mais divertido”, salientou.

No restaurante Chopp da Fábrica, Bairro Santa Efigênia, o garçom Genário Ribeiro Hordones disse que a expectativa era de casa cheia com 800 pessoas. “O jogo da seleção traz a confraternização das torcidas dos times que se unem em torno do Brasil”, comentou.

Silvio César das Mercês, do Bairro Padre Eustáquio foi para lá com a família e amigos no restaurante, para assistir o jogo e comemorar o aniversário da irmã. “Aqui é mais animado, estamos em clima de festa”, ressaltou.

Graça Krohling, que mora no Cruzeiro, na Zona Sul, também foi ao Chopp da Fábrica para assistir a partida com amigos e família. “O encontro, a festa, a descontração, melhor assistir aqui do que em casa”, que colocou o placar de 2 a 0 em um ‘bolão’, mas comemorou muito a vitória por 3 a 1, que garantiu a classificação brasileira.

Não funcionou

Contrastando com os outros estalecimentos da região, o bar Paracone, também em Santa Efigênia, estava vazio. Isso, porque a direção do estabelecimento optou em não transmitir a partida.

Sem clientes, os funcionários puderam ver o jogo, em um pequeno aparelho de televisão, no interior do local. “Estamos abertos ao público, mas o diferencial de não transmitir o jogo não funcionou. O público queria mesmo é ver o jogo”, comentou, desapontado, o gerente Rafael Zago.
 

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