Kaká puxa contra-ataque para o Brasil, e Michel Bastos pede a bola na esquerda |
Após a apertada vitória por 2 a 1 sobre a Coreia do Norte, Kaká valorizou os três pontos. Preferiu exaltar o resultado a mostrar preocupação com tamanha dificuldade encontrada na partida. O triunfo deixou a equipe na liderança isolada do grupo G. Portugal e Costa do Marfim empataram sem gols e aparecem atrás.
“O importante é começar com a vitória. Jogamos com a vantagem de saber o resultado de Portugal e Costa do Marfim. O que importa é que somos líderes, não importa o saldo de gols”, avaliou o camisa 10.
Embora a Coreia do Norte apareça atualmente na 105ª posição do ranking da Fifa, pior desempenho entre os 32 times da Copa, o Brasil tentou amenizar os obstáculos que precisou enfrentar. Culpou principalmente a postura defensiva do adversário e a tensão decorrente do primeiro jogo.
“Pelo resultado, foi uma boa estreia. O primeiro jogo tem um lado emocional grande. E o placar não reflete o que foi a partida, tivemos muitas oportunidades e mais posse de bola, mas no final cedemos o gol”, avaliou Kaká. "Coletivamente não é fácil jogar contra uma equipe que se fecha tão rápido".
Na véspera da estreia brasileira na Copa do Mundo, Kaká revelou que não se sentia ainda 100% fisicamente e que possivelmente não aguentaria atuar por 90 minutos na partida contra a Coreia do Norte. Nesta terça, no jogo de Johanesburgo, a principal estrela da seleção ficou no gramado por 77 minutos e mostrou, de fato, ainda sofrer dificuldades na adaptação de volta aos campos após uma série de problemas sofridos durante a temporada europeia com o Real Madrid.
Ainda sem o ritmo de jogo ideal, Kaká não conseguiu ser o fator de desequilíbrio tão esperado pela torcida brasileira para a Copa, nem funcionar como a peça mais criativa do meio-campo mais “pegador” de Dunga, apesar de ter corrido bastante na vitória brasileira por 2 a 1 (8.872 m, de acordo com estatística oficial da Fifa).
"Acho que foi boa [a atuação] para uma estreia. Eu não sabia em que condições poderia chegar a essa partida, por tudo o que passei, pela lesão, por ter ficado muito tempo sem jogar. Estou feliz pela estreia, acho que valeu”, declarou o camisa 10, na zona mista de entrevistas após o confronto.
Segundo números do Datafolha, Kaká terminou a partida de estreia na Copa com 87,5% passes certos. O meia foi acionado 51 vezes, conseguiu uma finalização e perdeu a bola em seis oportunidades.
No primeiro tempo, Kaká abusou dos erros de passes e não conseguiu emplacar sua famosa jogada de arrancada com a bola dominada. O meia até trocou alguns bons passes, mas nenhum vertical, em direção ao gol norte-coreano.
Logo na volta do intervalo, aos 4min, Kaká sofreu falta perto da área e cavou boa oportunidade para o Brasil. Michel Bastos mandaria para fora na sequência. Mas o meia não foi muito além disso, vendo o destaque em assistências no dia ficar com Robinho, autor de belo passe para o gol de Elano. A estrela acabou deixando o jogo aos 32min, substituído por Nilmar.
Distância percorrida | 8.872 m |
Passes certos | 87,5% |
Acionado | 51 vezes |
Velocidade máxima alcançada | 29,84 km/h |
Com dois Mundiais já no currículo, Kaká tem na África do Sul a primeira oportunidade de ser o grande nome da equipe. Em 2002, era um jovem reserva da seleção campeã de Luiz Felipe Scolari. Quatro anos mais tarde, era o menos badalado do quarteto ofensivo de Carlos Alberto Parreira na Alemanha.
Para esta Copa, Kaká tinha como previsão da comissão técnica da seleção alcançar o melhor de sua forma no terceiro jogo do Brasil no grupo G. Esta foi a projeção proferida pelo médico José Luís Runco no começo da preparação ao Mundial, ainda em Curitiba.
*Atualizado às 18h26
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