Parceiros no tênis, duplistas viram rivais com o Brasil x Croácia na Copa
Luis Augusto Símon
Do UOL, em São Paulo
O tenista Marcelo Melo, destro de 2,03 m é o quinto colocado no ranking de duplas da ATP. O sétimo é o croata Ivan Dodig, de 1,83 n, também destro. Juntos, eles chegaram à final de Wimbledon, perdendo apenas para os irmãos Bryan, dos EUA, quase invencíveis. Juntos, são a 11ª dupla do ranking.
Possuem características técnicas que se completam, bom entrosamento e uma grande amizade. Sempre estão se falando, perto ou longe, ao vivo ou por Skype. Melo é quem fala mais. "Vamos parar de conversar agora e ficar concentrado nesse torneio", é uma fala repetida algumas vezes por Dodig, mais calado.
Um amizade que resistirá, os dois garantem, ao dia 12 de junho, quando o Brasil de Melo e a Croácia de Dodig se enfrentarão na abertura da Copa do Mundo do Brasil. "Nossa idéia é ver a abertura juntos, depende do calendário. Ele está contundido e por isso estive com outro parceiro em Roland Garros, mas vamos nos preparar para Wimbledon. Então, se der certo, vamos ver juntos sim", diz Melo.
"Vamos ver o jogo juntos e a Croácia vai vencer. Estou apostando", retruca o croata. A confiança dos parceiros é grande. Cada um tem certeza da vitória de seu país. "O Brasil está muito forte e vai ganhar pelo menos de 3 a 0. Acredito sinceramente que o título será nosso", diz Melo, torcedor do Cruzeiro.
Favorito? Dodig não vê o Brasil na final do campeonato. "Os dois times mais fortes são Croácia e Argentina. Essa é a final que eu gostaria de ver. Será lindo".
Quando falam de jogadores, dois nomes são comuns nas análises dos parceiros: Modric e Kaká. "Eu acho que o Felipão deveria ter chamado o Kaká porque ele é muito experiente e poderia decidir jogos importantes. Da Croácia, eu só conheço o Modric, ele é bom, mas acho que não teria lugar na seleção brasileira. Mas eu acompanho pouco, o Ivan é mais apaixonado, está sempre buscando informações sobre futebol".
"O Modric é ótimo, um dos melhores da atualidade, joga em um dos melhores times do mundo e deu uma assistência na final da Champions League, quando foi campeão. Então, dá para jogar no Brasil sim", diz Ivan.
Ele se mostra bem informado sobre o futebol brasileiro. "Eu conheço todos, como o Hulk, Thiago Silva e David Luiz. Mas eu gosto da maioria dos caras que não estão na equipe, como o Ronaldinho e Kaká. Isso é bom para a Croácia.
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Melo e Dodig se conheceram em Menphis em 2012. "Combinamos de jogar por telefone, eu ainda não o conhecia e logo a gente se deu muito bem", diz Melo. "Chegamos à final, nossa primeira final", lembra Dodig.
O croata é treinado pelo tcheco Martin Stepanek há cinco anos. Marcelo Melo é orientado pelo irmão, Daniel. "Cada um tem uma preparação própria quando estamos em casa. Sempre que chegamos aos torneios, treinamos juntos para colocar em prática o que vamos fazer nos jogos", diz Melo. ''Na maioria das vezes nos falamos antes dos torneios e depois dos jogos, sempre em conjunto com nossos técnicos para poderem nos ajudar", conta Dodig.
Se a carreira de Melo é direcionada para as duplas – jogou também com Bruno Soares, atual terceiro no ranking – Dodig é também um bom simplista, está atualmente em 36º no ranking.
Não há conflito de horários. "A programação é feita de acordo com os jogos. A organização nunca pode programar um jogo de simples e duplas ao mesmo tempo, com o mesmo jogador", conta Melo. "Até agora não tivemos problemas, mas às vezes não é fácil de jogar a cada semana partidas de simples e depois de duplas. Precisamos ter uma boa programação. Até agora tudo está indo numa boa direção", diz Melo.
A vida de tenista é corrida, mas sempre há tempo para uma parada. Principalmente quando o assunto é Copa do Mundo. Por causa dela há brigas e discussões. Melo e Dodig juram que não. Tomara que sim e que a amizade não termine em raquetadas.