Carrasco da seleção brasileira no Mundial-1950, o ex-jogador uruguaio Alcides Ghiggia chegou ao Brasil convidado pela Fifa, mas não tem nem credencial, nem ingresso para a abertura da Copa-2014. Pior, com 87 anos e problemas de locomoção, foi mantido em pé por mais de meia hora por atrasos com um carro da federação internacional na saída do congresso da entidade. Assim, ele criticou a organização do evento:

"Estou aqui há meia hora e não me falam nada sobre o carro", reclamou Ghiggia, apoiado em uma muleta. "Está muito desorganizado, muito pior que outras edições do Mundial. Não tenho credencial, não tenho ingresso."

Ele culpa a Fifa pelos problemas. Afinal, foi a entidade quem o convidou para vir ao Brasil e o hospedou no Hotel Hilton, em São Paulo. "Ele é um senhor de idade, sofreu um acidente. Tem problemas de locomoção", afirmou a mulher do uruguaio, Beatriz Ghiggia. "Se não me disserem nada até amanhã ou mandarem um carro ir me buscar, vou embora. Não quero mais nada."

Ghiggia foi o autor do gol do Uruguai que determinou a vitória do time sul-americano sobre a seleção brasileira, por 2 a 1, na final da Copa-1950. Ou seja, é o carrasco do episódio do Maracanazzo. Sua imagem foi usada para divulgar o Mundial.

Questionado em tom de brincadeira se seria uma revanche do Brasil, o uruguaio levou na esportiva: "Não creio." Em seguida, admitiu estar um pouco decepcionado com os problemas enfrentados no Brasil.

Sobre o Uruguai, Ghiggia afirmou que não espera o restante do Mundial para saber o que vai acontecer. Achou razoável a atuação no último amistoso. Mas disse que espera a recuperação de Luis Suarez de sua contusão para o Mundial. "Acho que ele vai jogar.