Brasil da Copa do Mundo é mais versátil que o da Copa das Confederações

Gustavo Franceschini, Paulo Passos e Ricardo Perrone

Do UOL, em São Paulo

Luiz Felipe Scolari
Luiz Felipe Scolari

O grupo que conquistou a Copa das Confederações há pouco mais de um ano é a base da seleção brasileira que vai buscar o hexa em casa, mas não é exatamente o mesmo que bateu a Espanha no Maracanã lotado. Além da simples mudança de peças, o que Luiz Felipe Scolari buscou com as alterações foi mais versatilidade, um dos ganhos do elenco que está reunido na Granja Comary, em Teresóopolis.

Dos 23 jogadores que participaram da conquista de 2013, só sete não voltaram para a Copa do Mundo. Diego Cavalieri, Jean, Filipe Luís, Réver, Fernando, Jadson e Lucas deram lugar a Victor, Maicon, Maxwell, Henrique, Fernandinho, Ramires e Willian.

Os quatro últimos têm em comum justamente a versatilidade. No grupo do ano passado, montado em poucos meses de trabalho do treinador, Réver era a última opção para a zaga, Fernando era o reserva imediato de Luiz Gustavo, Jadson a alternativa para Oscar e Lucas poderia jogar como Neymar ou Hulk, no máximo.

"O trabalho principal foi feito durante o periodo em que assumimos a seleção. Nós, logo antes da Copa das Confederações, pensamos que era preciso definir um time. Isso deu certo. Ganhamos. Depois, nos amistosos, mostramos que não foi um trabalho de momento. Agora é acertar detalhes, o time já está lá. É conseguir variações", disse Carlos Alberto Parreira, coordenador-técnico da seleção.

No time de hoje, Henrique é, além de quarto zagueiro, uma opção como primeiro volante, função que ele já ocupou sob o comando de Felipão no Palmeiras. Fernandinho, que chega como reserva de Luiz Gustavo, não só joga mais avançado como foi testado assim no amistoso contra a África do Sul, em março, quando garantiu sua vaga.

Ramires e Willian, parceiros de Chelsea, seguem a mesma linha. Ambos podem ocupar mais de três funções no meio-campo, dando mais alternativas a Felipão. Na Copa das Confederações, o técnico aproveitou bastante a chance que tinha de variar seu sistema.

Entre os meio-campistas de seu elenco, o mais versátil era Hernanes. O ex-são-paulino saiu do banco em quatro das cinco partidas (contra a Itália ele foi titular por causa de uma lesão de Paulinho) e só em uma delas substituiu Paulinho, seu titular imediato. Nas outras, entrou nas vagas de Oscar ou Hulk, mudando a composição da armação da seleção, que passava a atuar com dois volantes mais soltos.

Curiosamente, a busca pela versatilidade contraria o histórico de Felipão, afeito a gostos mais simples como técnico. Sob o comando do gaúcho, os torcedores se acostumaram a ver zagueiros viris, laterais cumpridores, volantes sérios, um cérebro pensante e um bom cabeceador.

A grande exceção na sua carreira foi 2002. Na primeira passagem pela seleção, como agora, Felipão cedeu às circunstâncias e armou time do penta com um zagueiro que atuava como líbero (Edmílson), dois volantes que sabiam jogar (Kleberson e Gilberto Silva) e um atacante que não tinha o cabeceio como principal fundamento (Ronaldo), além de reservas que se encaixavam em várias posições (Edílson e Denílson). 

Nesta quarta, Felipão poderá começar a testar variações similares no grupo atual. Depois de dois dias de exames médicos, a seleção finalmente vai ao campo da Granja Comary trabalhar com bola. 

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