Greves e protestos pelo Brasil

Granja Comary recebe protesto solitário de vítima das chuvas em Teresópolis

Gustavo Franceschini, Luiza Oliveira, Paulo Passos e Ricardo Perrone

Do UOL, em Teresópolis (Rio de Janeiro)

Vítima das chuvas que castigaram a região serrana do Rio de Janeiro em janeiro de 2011, Flávio Carreiro aproveitou a presença da mídia na concentração da seleção brasileira para pedir atenção à vítimas da tragédia. Afetado diretamente pelo desastre, ele diz que houve "abandono" das autoridades em Teresópolis.

"Teresópolis é a casa da seleção brasileira, mas também é a casa do abandono", disse o motorista desempregado, que diz ter perdido 20 parentes e a casa onde morava com as chuvas de 2011.

Flávio foi à porta da Granja Comary, onde a seleção se prepara para a Copa do Mundo, vestido com um uniforme do Brasil e pintado de lama em metade do corpo. A ideia dele era retratar os dois lados de Teresópolis, uma das áreas mais atingidas pelos deslizamentos e enchentes que castigaram a região.

O manifestante faz parte da Avit (Associação das vítimas de Teresópolis), entidade que briga por indenizações e ressarcimentos aos afetados pela chuva. Segundo Flávio, 25 mil pessoas foram afetadas e nenhuma casa foi entregue pelo poder público até hoje.

A Avit também reclama da suspensão das negociações com os moradores, da falta de dados sobre pessoas desaparecidos e do descaso com a situação das pessoas que ainda vivem em áreas de risco.

Ainda que solitário, esse é o segundo protesto na porta da seleção em dois dias de concentração em Teresópolis. Na última segunda, manifestantes que se apresentaram como membros do Sindicato de Profissionais da Educação do Rio de Janeiro também foram à porta da Granja Comary, mas dessa vez criticando a realização da Copa do Mundo. 

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