Lucas vê rivais se destacarem e se afasta ainda mais da seleção

Gustavo Franceschini

Do UOL, em Miami (EUA)

Lucas
Lucas

Lucas não foi convocado para a seleção brasileira pela primeira vez desde que Luiz Felipe Scolari assumiu e viu, de casa, seus rivais diretos se destacarem na goleada por 5 a 0 sobre Honduras, em Miami, nos EUA. Com Bernard, Hulk, Willian e Robinho em alta, o meia do PSG vive uma situação complicada a menos de seis meses da divulgação da lista para a Copa.

As boas atuações ajudam a preencher os espaços vagos nos planos de Luiz Felipe Scolari, que na última semana falou em até 20 nomes já garantidos na Copa. A principal vaga em aberto é justamente aquela que, há um ano, parecia estar reservada para Lucas.

Dos quatro destaques da seleção no último sábado, Bernard e Hulk já têm lugar garantido no Mundial. Mais que isso, hoje os dois duelam pelo mesmo espaço no time titular, que ainda pende para o atacante do Zenit na balança. Contra Honduras, cada um marcou o seu gol.

Já Willian e Robinho, convocados por Felipão pela primeira vez, foram as opções do treinador para o setor ofensivo. O meia do Chelsea fez o quarto da goleada brasileira, enquanto o atacante do Milan participou do terceiro e quinto gols e ainda mandou uma bola na trave.

Os feitos deixam Lucas na berlinda. No planejamento de Felipão, as três janelas de amistosos do segundo semestre serviriam para dar chances a cada uma de suas opções. A principal oportunidade do meia do PSG foi contra Zâmbia, quando o técnico escalou o time reserva de início e teve de apelar aos titulares para não fazer feio diante dos africanos.

"Futebol às vezes tem momentos bons e difíceis. Ele teve um momento difícil, mas já está dando a volta por cima. Tenho certeza que se voltar ele vai ajudar muito a gente", minimizou Oscar, companheiro de Lucas desde as categorias de base do São Paulo.

Em seu clube, de fato, o meia está reagindo. Embora ainda não seja titular absoluto do PSG, Lucas participou de 12 dos 13 jogos do Campeonato Francês, tendo marcado dois gols. O problema é que ele ainda não conseguiu mostrar tudo que prometia no início do ano, quando era o queridinho da torcida na preparação para a Copa das Confederações.

Os pedidos do público por Lucas entre os titulares chegaram a criar algum desconforto, já que a cobrança era pela saída de Hulk. Ao longo do torneio, Felipão não só manteve o atacante como promoveu Bernard a primeira opção na reserva, situação cada vez mais consolidada atualmente.

"É difícil para mim, eu não gosto de falar de ninguém. Procuro meu espaço dentro de cada oportunidade. O Lucas é um amigo, eu sempre vou torcer por ele", disse Bernard.

A última esperança de Lucas é uma reviravolta nos próximos meses. No fim do ano, Felipão irá à Europa acompanhar de perto os seus pupilos e fará reuniões com os treinadores de clubes para obter informações.

O meia possivelmente estará entre os observados e terá de convencer o chefe até março, quando o Brasil fará seu último amistoso antes da definição da lista para a Copa, contra a África do Sul. Os convocados para o Mundial serão conhecidos em maio, e até lá Lucas poderá se espelhar em Ramires, barrado da Copa das Confederações por mau comportamento e hoje parte importante da seleção brasileira.

"Eu acho que a seleção está aberta. Comigo também [foi assim]. A gente tem de estar sempre dando a volta por cima. O Felipão dá oportunidades iguais e depende de nós mostrarmos o nosso valor", disse o volante do Chelsea.

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