Ex-técnico relembra morte de Foé: "Toquei na perna dele e chorei'
Das agências internacionais
Em Londres (Inglaterra)
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Philipe Desmazes/AFP
Foé sofreu uma parada cardíaca durante jogo da Copa das Confederações em 2003
Há dez anos, uma tragédia marcou a Copa das Confederações. Em 26 de junho de 2003, o camaronês Marc-Vivien Foé morreu após se sentir mal e cair no gramado do estádio Gerland, em Lyon, durante o jogo entre Camarões e Colômbia. Winfried Schäfer, treinador da seleção africana naquela época, relembrou a perda do jogador.
Em entrevista à rede britânica BBC, Schäfer relatou os momentos dramáticos vividos por ele e pelos jogadores. Nenhum deles havia percebido a gravidade da situação e só depois do jogo eles se deram conta do que havia ocorrido.
"Havíamos vencido o jogo por 1 a 0 e os jogadores estavam dançando nos vestiários. Foi quando Rigobert Song [capitão da seleção] entrou gritando e dizendo que Foé estava morto. Todos ficaram chocados e perguntando o porquê. Todos os jogadores choraram", contou o treinador.
Emocionado ao relembrar as cenas tristes, o alemão contou que ficou arrasado. "Saí dos vestiários e ouvi duas mulheres chorando copiosamente. Foi quando vi Foé deitado lá, em uma mesa, com sua mãe e sua mulher ao lado dele. Toquei na perna dele. Saí de lá e chorei", disse Schäfer.
Foé sofreu uma parada cardíaca em campo. Os médicos o atenderam e o tentaram reanimar, em vão. Antes da fatídica partida contra a Colômbia, o camaronês disse uma frase para incentivar seus companheiros, mas que ficou para sempre como uma triste coincidência: "Garotos, mesmo se for preciso morrer no gramado, nós temos de vencer esta semifinal."
Após consultar os familiares de Foé, a Fifa decidiu manter a realização da final da Copa das Confederações. A dor e a tristeza marcaram a vitória francesa por 1 a 0. Antes do início do jogo, houve várias homenagens ao camaronês. O meio-campista deixou três filhos, que na época de sua morte estavam com seis anos, três anos e dois meses.