Sem Marin, Ronaldo fará tour pela Europa representando o COL
Paulo Passos
Do UOL, em São Paulo
-
AFP PHOTO/Christophe Simon
Marin conversa com Ronaldo durante evento, em novembro de 2012
Em meio aos rumores sobre uma iminente saída de José Maria Marin da presidência do COL (Comitê Organizador Local) da Copa de 2014, Ronaldo irá representar a entidade em tour pela Europa nas próximas semanas. O ex-jogador e membro do COL irá a Madri e Turim para eventos promocionais da Copa das Confederações. O Ministério do Esporte foi convidado, mas ainda não definiu se enviará representante.
Os eventos foram organizados para divulgar a imagem do Brasil e da Copa das Confederações, torneio teste para a Copa do Mundo, que ocorrerá em junho. Ronaldo dará entrevistas a jornalistas na Itália e na Espanha. A intenção do COL e da Fifa é usar a imagem do ex-jogador para "vender" o torneio na Europa.
Além da presença de Ronaldo, outras ações de marketing, como a exposição das taças da Copa das Confederações e da Copa do Mundo, deverão ser feitas. Em Turim, o evento será num hotel. O dia 20 de abril foi escolhido por ser no fim de semana do clássico entre Milan e Juventus na cidade. A ideia da Fifa e do COL é aproveitar os holofotes do clássico italiano.
Já em Madri o ato será no dia 23, uma terça-feira, também aproveitando a presença da imprensa europeia que estará cobrindo a semifinal da Liga dos Campeões da Europa. O evento deverá ocorrer na sede da Real Federación Española de Fútbol, em Madri.
Na última terça-feira, a "Folha de S. Paulo" divulgou que a Fifa quer a saída de Marin do Comitê Organizador Local da Copa. A entidade máxima do futebol, dona da Copa do Mundo, é quem banca financeiramente o COL. Ainda segundo o jornal, Ronaldo seria um dos nomes preferidos para substituir o cartola.
A estratégia de ter um jogador símbolo do país como executivo da organização da Copa não é uma novidade. Ela já foi adotada pela Fifa na França, em 1998, com Michel Platini, e na Alemanha, em 2006, com Franz Beckenbauer. Os dois foram presidentes dos comitês organizadores locais, cargo ocupado por Marin.
Na última semana, em entrevista ao jornal "O Globo", Ronaldo adotou um discurso crítico em relação ao principal dirigente do COL. Ele defendeu que, se o cartola não é capaz de alterar a estrutura da entidade, deve deixar o seu comando.
Questionado sobre o movimento encabeçado por Romário e pelo filho de Vladimir Herzog, Ivo Herzog, que pediram a saída do cartola ao levar um abaixo assinado contra o cartola, o ex-jogador disse ver ação como legítima.
"Não sei até onde pode haver mudanças com este movimento. O que eles querem é o que eu também quero. Um choque de ordem no futebol brasileiro. Tem muita coisa que não queremos mais ver: falta de transparência, calendários ruins, brigas de torcidas… E se o Marin não consegue fazer isso… Tem de trocar. E tem de entrar alguém capaz de pôr tudo isso em prática", disse Ronaldo.