José Maria Marin, presidente da CBF, se irritou ao ser questionado sobre as gravações comprometedoras que têm vazado na internet e criado uma crise em sua gestão. Incomodado e apressado, o cartola deixou o local onde concedia entrevista coletiva dizendo se tratam de "montagens".

"Eu não falo sobre montagens, só falo sobre futebol", resumiu Marin, para dizer em seguida que os vazamentos são "intrigas".

Os vídeos têm sido publicados na internet desde o início de março. Até agora foram três gravações editadas que mostram Marin em conversas particulares. Na primeira, ele diz que o Ministro do Esporte, Aldo Rebelo, tem "raciocínio lento". Na segunda, ele supostamente negocia irregularidades com uma empresa. Na mais recente, ele discute questões a respeito da eleição da CBF, que acontecerá no primeiro semestre do ano que vem.

O resultado das publicações foi a intensificação da pressão pela saída de Marin. O hoje deputado federal Romário entregou um pedido formal à CBF pedindo que ele deixe o comando da entidade. Na internet, um abaixo-assinado mobilizado por Ivo Herzog, filho do jornalista Vladimir Herzog, morto pela ditadura, também ganhou força.

As notícias chegaram até Aldo Rebelo, que cobrou explicações de Marin na última semana. Ao mesmo tempo, Ronaldo manifestou seu apoio à candidatura de Andrés Sanchez à presidência da CBF, no ano que vem. O atual mandatário também se recusou a comentar este assunto.

"Eleição... Não é tempo de falar de eleição. Eleição é só no ano que vem. Falta muito tempo ainda. O resto é intriga", disse Marin, que só aceitou falar sobre a seleção brasileira.

"Aí sim é um assunto do futebol. Estou totalmente tranquilo. Confio na capacidade e acho que já houve uma evolução", completou.