Fla e Flu minimizam veto do governo por concessão e fazem planos para usar Maracanã

Pedro Ivo Almeida e Renan Rodrigues*

Do UOL, no Rio de Janeiro

O governo do Estado do Rio de Janeiro decidiu que clubes de futebol não poderão disputar a concessão do Maracanã. Isso não quer dizer, no entanto, que os times cariocas estão totalmente fora do processo de privatização do estádio. Flamengo e Fluminense minimizaram o veto do poder público e acreditam que a decisão não trará problemas para a utilização de ambos do "Maior do Mundo" no futuro.

O rubro-negro e o tricolor já fazem, inclusive, planos para voltarem a ter o Maracanã como suas respectivas casas nos campeonatos disputados.

Segundo Peter Siemsen, presidente do Fluminense, o clube das Laranjeiras recebeu com naturalidade a notícia de que clubes não poderão disputar a concessão. O mandatário tricolor afirmou que já imaginava este tipo de edital. Afirmou também que a concessão para uma empresa realmente é o melhor caminho e que o clube ainda está avaliando possíveis parcerias para utilizar novamente o estádio.

"O Fluminense está alinhado com o edital lançado. Ele está dentro do que imaginávamos. Pelo que o Maracanã sempre foi, pelo que ele representa, concordamos com a decisão de não dar exclusividade para nenhum clube. O resultado global financeiro apresentado parece extremamente favorável para a empresa que assumir a licitação", avaliou Siemsen.

PRIVADO POR R$ 7 MILHÕES AO ANO

  • AFP Photo/Fifa

    O governo do Rio de Janeiro divulgou nesta segunda-feira as primeiras informações sobre o processo de privatização do Maracanã. A administração do estádio será repassada à iniciativa privada no ano que vem, antes da reinauguração da arena, prevista para fevereiro. Pela concessão, o Estado do Rio de Janeiro ganhará cerca de R$ 7 milhões por ano.

O presidente do Flu disse também que o clube ainda não fez nenhum contato com empresas interessadas em assumir o estádio. O tricolor, segundo Siemsen, ainda avalia possibilidades. "Ainda não iniciamos o contato com nenhuma empresa. Por enquanto, ainda estamos apenas avaliando", explicou.

Responsável pelo caso no Flamengo, o vice-presidente de patrimônio Alexandre Wrobel também mostrou tranquilidade com a decisão do governo e ratificou o desejo da diretoria do clube da Gávea de se juntar a empresas para utilizar o estádio.

"Não acredito que esta decisão atrapalhe nossos planos de utilização do Maracanã. Sempre pensamos em parcerias com grandes empresas. Vamos estudar com calma. Tenho uma reunião amanhã [terça] no clube sobre isso e vamos ter uma posição mais atualizada", disse Wrobel.

Ainda não sabe todas as empresas que disputarão a concessão do Maracanã. A IMX, do bilionário Eike Batista, é uma das poucas que declarou abertamente seu interesse em administrar o estádio. A companhia, inclusive, realizou todos os estudos que basearam a proposta do governo de concessão do Maracanã. Com o edital divulgado, a IMX deve oficializar sua proposta pelo estádio.

Além da IMX, a Traffic já havia informado que disputaria a concessão do Maracanã. A empresa de marketing esportivo informou no início do ano que uma parceria com um clube carioca poderia garantir um certo público nos jogos que serão realizados no estádio.

Vasco e Botafogo longe do Maracanã

Enquanto Flamengo e Fluminense estudam a melhor maneira de poder utilizar o Maracanã como "casa" para os jogos, Vasco e Botafogo demonstraram indiferença com a repercussão do caso. Com seus próprios estádios - São Januário e Engenhão - os clubes afirmaram, através de suas assessorias de imprensa, que não têm nenhum interesse em participar de parcerias pela concessão do Maracanã.

*Colaboraram Bernardo Gentile, Vinicius Castro e Vinicius Konchinski

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